26 mai, 2024 - 11:04 • Redação com Lusa
As urnas na Madeira abriram às 8h00 e os diferentes líderes partidários já depositaram o seu voto para as eleições regionais antecipadas. Em comum têm o apelo ao voto dos madeirenses e o pedido de que a abstenção seja o mais baixa possível.
Um eventual cansaço dos eleitores madeirenses é culpa de Marcelo Rebelo de Sousa. Para Miguel Albuquerque essa responsabilidade não lhe pode ser atribuída a si.
“O responsável pelo cansaço não sou eu, é quem anda sempre a marcar eleições”, disse o candidato do Governo Regional do PSD/CDS-PP. Albuquerque, que é ainda Presidente do Governo Regional, “não era necessário haver eleições”, uma vez que o candidato do PSD “é o mesmo”.
De resto, Miguel Albuquerque garantiu que vai “assumir as suas responsabilidades” mediante o resultado das eleições.
Albuquerque culpa Marcelo pelo cansaço dos eleitores
“Hoje os madeirenses e porto-santenses têm o poder nas suas mãos. O voto é uma arma, um poder que têm”. Foi assim que o líder do PS e candidato à Presidência do Governo Regional, Paulo Cafôfo, resumiu o ato eleitoral deste domingo, quando se dirigiu à Escola da Ajuda para votar. Para si, esta é a eleição “mais importante” da história da Autonomia da Madeira. "Hoje é dia de votar sem medo."
Cafôfo apelou à mobilização da população às urnas para que “a abstenção desça”, além de pedir que o dia decorra com “normalidade democrática”. O socialista disse ainda que tem confiança que este “será um dia bonito para a Autonomia”.
Paulo Cafôfo: "Hoje é dia de votar sem medo"
O cabeça de lista do Chega apelou à participação dos madeirenses neste ato eleitoral. "É fundamental virem votar, é fundamental virem escolher o que querem para o vosso futuro, porque é através do voto que as pessoas escolherão realmente o futuro político da Madeira. E esperemos que, desta vez, saia daqui uma equação que dê realmente um governo estável à Madeira", disse Miguel Castro, pelas 11h30, na Escola Profissional Dr. Francisco Fernandes, na freguesia de São Martinho, concelho do Funchal, onde surgiu acompanhado da sua mulher e da sua filha.
Sobre estas eleições antecipadas, Miguel Castro defendeu que "os atos eleitorais são mesmo assim, causa sempre algum transtorno às pessoas, mas são as pessoas que têm esse direito também, nos atos eleitorais, de escolher aquilo que querem para o futuro da sua região"
Em relação à possibilidade de abstenção também estar associada ao facto de os madeirenses estarem de costas voltadas para o trabalho que os políticos estão a fazer, o líder regional do Chega respondeu: "Precisamente por isso é que nós andámos a apelar a que se façam políticas sérias, transparentes e ligadas essencialmente às pessoas."
José Manuel Rodrigues considerou este sufrágio "o mais importante" para os madeirenses, apelando para que votem com responsabilidade para resolver a crise política nas região. "Estas são as eleições mais importantes para os madeirenses e porto-santenses", disse o líder do CDS-PP/Madeiral.
O cabeça de lista do CDS-PP sustentou que os madeirenses devem votar "com sentido de responsabilidade". No seu entender, esta é a forma da Madeira ter "um quadro parlamentar que permita viabilizar um novo governo e, sobretudo, aprovar um orçamento que é absolutamente imprescindível à vida economia e social da região, aos cidadãos, famílias e às empresas".
Para José Manuel Rodrigues, "a autonomia foi pouco abordada nestas eleições", insistindo que "não podemos deixar cair a bandeira da autonomia porque é essa capacidade de autogoverno que faz com que a Madeira possa ter progredido no passado e possa vir a desenvolver-se no futuro".
O cabeça de lista do JPP lembrou que o direito ao voto "custou muito a conquistar", defendendo que a responsabilidade e consciência de cada um não devem ser delegadas nos outros. "Normalmente este tipo de chuva miudinha traz alegrias e traz alguma frescura", antecipou Élvio Sousa, em declarações aos jornalistas, num centro paroquial, na freguesia de Gaula, depois de ter exercido o seu voto.
O secretário-geral do Juntos pelo Povo e líder parlamentar na Assembleia Legislativa Regional sublinhou que, numa altura em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril de 1974, é importante lembrar "que custou muito a conquistar o voto, sobretudo votar em consciência, em tranquilidade".
"A Constituição é muito clara e hoje é um dia de lembrar isso. O poder político pertence ao povo e nunca devemos delegar nos outros a nossa responsabilidade e a nossa consciência. É esta a mensagem que eu gostaria de passar no dia de hoje, de frescura, de chuva miudinha, mas eu penso que durante a tarde com certeza vai abrir", afirmou Élvio Sousa, admitindo que as pessoas poderão estar "cansadas" das várias eleições num curto espaço de tempo, mas acredita que "a abstenção não vai ser uma referência" neste sufrágio.
O cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições regionais na Madeira, Roberto Almada, apelou a que os madeirenses "acorram às urnas" e "não deixem" a abstenção vencer, lembrando a importância para o futuro da região.
"O que eu espero também enquanto eleitor é que as pessoas acorram às urnas e não deixem que seja a abstenção a vencer este ato eleitoral que é importantíssimo para o futuro da Madeira e dos madeirenses." Roberto Almada votou numa na freguesia de São Martinho, instalada na Universidade Sénior, no Funchal. "Quem quer uma terra melhor e um futuro melhor, só o poderá ter se exercer o seu direito de voto."
A abstenção deve preocupar toda a gente, e a Iniciativa Liberal tudo fez para convencer os eleitores de que estas são eleições especiais, defendeu Nuno Morna.
"A abstenção é sempre um fator que preocupa e deve preocupar todas as pessoas, inclusivamente aqueles que exercem esse direito, porque também é um direito que as pessoas têm de não votar. Nós tudo fizemos para convencer as pessoas de que estão são eleições muito especiais e muito particulares, no sentido em que podem proporcionar mudanças significativas no espetro político regional", afirmou, na Escola da Vargem, no Caniço, concelho de Santa Cruz.
"Penso que a abstenção irá baixar, se não conseguimos falhámos", defendeu, o deputado único da IL. "Somos nós, as pessoas que participam na política ativa que temos a obrigação de convencer as pessoas."
O cabeça de lista da CDU (PCP/PEV) na Madeira, Edgar Silva, mostrou-se confiante naquela que considera ser uma etapa "para mais e melhor democracia" na região: "Aqui nesta escola, que tem muita participação, ainda é cedo para ter indicadores acerca da mobilização das pessoas para a participação ativa no ato eleitoral, mas eu estou confiante que esta será uma importante etapa, nesta região, para que possamos ter mais e melhor democracia".
Edgar Silva votou numa secção de voto da freguesia de Santa Luzia, instalada na Escola Secundária Francisco Franco, no centro do Funchal. O também coordenador regional da CDU disse estar expectante que do ato eleitoral deste domingo "resultarão melhores condições para que a Região Autónoma da Madeira possa ter a perspetivas de mais e melhor democracia no futuro".
Mónica Freita espera conseguir, pelo menos, manter um representante na assembleia legislativa. “Acho que desta vez as pessoas estão mais alerta para a importância do seu voto e para o futuro da região”, disse a cabeça de lista do PAN em Caniço.
"Deixo esse apelo, todas as pessoas que vão votar, porque é responsabilidade de todos nós o resultado desta noite e é importante que todos nos sintamos envolvidos nas decisões políticas e em quem queremos que nos represente na Assembleia Legislativa Regional", afirmou Mónica Freitas, depois de depositar o seu voto, na Escola das Figueirinhas, na freguesia do Caniço, concelho de Santa Cruz.
Eleições regionais da Madeira
Presidente do Governo Regional da Madeira quer fin(...)
As eleições legislativas regionais antecipadas na Madeira decorrem este domingo, num escrutínio em que mais de 254 mil eleitores são chamados a votar e 14 candidaturas se apresentam para formar um novo parlamento e um novo governo.
Em disputa nas eleições, com um círculo único, estão 47 lugares da Assembleia Legislativa Regional e, segundo dados do Ministério da Administração Interna, estão recenseados para votar 254.522 eleitores, dos quais 249.075 na ilha da Madeira e 5.447 na ilha de Porto Santo.
As 292 secções de voto distribuídas pelas 54 freguesias dos 11 concelhos do arquipélago estarão abertas entre as 8h00 e as 19h00.
Na corrida estão uma coligação e 13 partidos únicos. Em relação às eleições regionais de 2023, a única diferença em termos de partidos concorrentes é o facto de PSD e CDS-PP (que governaram juntos nas duas últimas legislaturas) se apresentarem em listas distintas, quando no ano passado foram a votos coligados.