16 jan, 2023 - 12:21 • André Rodrigues
Quem entra na galeria de leilões e antiguidades, a meio da Rua Mouzinho da Silveira, percebe que são, ainda, evidentes os efeitos das enxurradas que há pouco mais de uma semana deixaram um rasto de destruição na baixa do Porto.
Desde logo, há um cheiro a humidade que não engana.
Ana Luz, neta e filha dos fundadores desta empresa com 50 anos de existência, sorri: “das duas, uma: ou fecho, ou mantenho a loja aberta e tenho de pedir imensa desculpa por chegar aqui e sentir este cheiro. A vida continua”.
Naquela manhã de sábado, a água subiu 20 centímetros na cave que serve de sala de exposições.
Conselho de Ministros aprovou, na semana passada, (...)
Uma paragem forçada que só não foi mais complicada, porque “janeiro é um mês fraco, porque ainda estamos a reunir material para fazer os leilões. Portanto, o que temos neste momento é material para leilões online e estamos a preparar as obras na cave, porque é o nosso centro de exposições, para voltar novamente a reabrir, porque nestes moldes não podemos continuar”, diz a empresária.
Ana Luz estima um prejuízo entre os 20 mil e os 25 mil euros e lamenta a morosidade de processos no que toca aos apoios para situações deste género.
Em declarações à Renascença, esta empresária lamenta o que diz ser a demasiada burocracia; o dinheiro, quando vem, não é suficiente.
“O dinheiro nunca é muito. Nós não podemos estar à espera de apoios, nós temos de andar, não podemos estar à espera que os turistas entrem... não pode acontecer”, conclui.
Agora que o pior já passou, o regresso à normalidade faz-se lentamente.
Três dias depois das enxurradas, Ana voltou a abrir o espaço. Mas ainda falta fazer muita coisa, até que tudo volte ao que era dantes.