A Organização para a Proibição de Armas Químicas venceu esta sexta-feira o Prémio Nobel da Paz. O anúncio foi feito em Oslo, na Noruega. O prémio justifica-se, tendo em conta a recente utilização de armas químicas na Síria contra civis.
Quando faltavam 30 minutos para o anúncio, a televisão pública norueguesa avançava que o Nobel seria atribuído a esta organização, o que se veio a confirmar. A organização foi encarregada pelo Conselho de Segurança da ONU de desmantelar o arsenal químico da Síria e as instalações ligadas a esse tipo de armas.
A destruição das armas químicas foi definida após um acordo diplomático entre Rússia e Estados Unidos, que impediu um ataque militar norte-americano ao país. Washington ameaçou Damasco depois do ataque que matou, pelo menos, 1.429 civis sírios nos arredores da capital e cuja responsabilidade foi atribuída pelo Ocidente ao regime do Presidente Assad.
O Governo sírio desmentiu e acusou terroristas ligados à Al-Qaeda pelo ataque.
A escolha desta organização chama a atenção para as consequências graves da utilização das armas químicas, um facto sublinhado à Renascença pelo Major General Bacelar Begonha, professor de informações estratégias e de segurança.
É a OPAQ que supervisiona a destruição do arsenal químico na Síria e pediu, há pouco tempo, um cessar-fogo temporário no país.
O director da organização considera que a data limite de 1 de Novembro para a destruição do arsenal químico e de todas as instalações de produção de armas químicas não é irrealista.
Entre os nomes mais falados para o Prémio Nobel da Paz estava a jovem activista paquistanesa Malala Yousafzai, que ontem foi galardoada com o Prémio Sakharov, o médico congolês Denis Mukwege (ginecologista especializado no tratamento de vítimas de violações na República Democrática do Congo) e militantes dos direitos humanos da Rússia e da Bielorrússia.
Na semana passada, um grupo de cidadãos russos anunciou ter proposto o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, para o mais conhecido galardão. Em sua defesa argumentaram a sua acção decisiva para evitar uma intervenção militar internacional na Síria.
O Comité Nobel norueguês, que atribui o Nobel da Paz em Oslo, recebeu este ano um número recorde de candidaturas: 259.
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