Covid-19

Ensino. Profissionais aderem à dose de reforço, mas há quem considere o regresso às aulas um "erro crasso"

06 jan, 2022 - 19:02 • Sofia Freitas Moreira com Redação

A Renascença esteve no maior centro de vacinação do país, no primeiro dia da inoculação de reforço de professores e não docentes. A vacinação deste grupo de profissionais decorre até ao dia 9 de janeiro, no período da tarde, em regime de Casa Aberta.

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O primeiro dia da vacinação da dose de reforço dos professores e pessoal não docente ficou marcado pela instabilidade no Portal Covid-19. As senhas digitais acabaram mesmo por esgotar.

Apesar das falhas registadas ao longo do dia, Elsa Silva, assistente operacional numa escola, conseguiu ser vacinada sem fazer o agendamento.

“Eu nem tinha marcação. Vim sem a declaração e pediram-se só o cartão com as duas doses anteriores e o cartão de cidadão. E depois aparece na grelha que sou funcionária de uma escola e, automaticamente, deram-me a vacina”, explicou a assistente operacional em declarações à Renascença.

Já o professor do 1º ciclo, Pedro Oliveira, esperou que o site voltasse a funcionar para registar a sua senha de vacinação. “Durante a manhã, o site esteve em baixo, mas depois lá consegui uma aberta e consegui marcar a senha e vir”, contou.

Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) já garantiram que “nos próximos dias” vão ser “disponibilizadas mais senhas para agendamento da vacinação na modalidade ‘casa aberta’”.

A “elevada procura” que se verificou esta quinta-feira no Portal Covid-19 leva a que já estejam a ser efetuadas “intervenções técnicas”, com a finalidade de “garantir a melhoria do desempenho do Portal”, lê-se numa nota enviada à Renascença.

Segundo o que a Renascença apurou no local, no maior centro de vacinação do país, no Pavilhão 4 da FIL, em Lisboa, não houve filas no primeiro dia da vacinação de reforço destes profissionais.

De acordo com o enfermeiro responsável pelo centro, Márcio Teixeira, até às 17h desta quinta-feira, 1.500 docentes e não docentes já tinham completado a inoculação.

Catarina Branco, professora de matemática do 3.º ciclo e secundário, conta que o “processo foi muito simples e rápido”.

Quanto ao regresso às aulas presenciais, que está marcado para a próxima segunda-feira, dia 10 de janeiro, as opiniões dos profissionais do Ensino divergem.

“Para a nossa sanidade e para a sanidade deles, estou contente com isso”, começa por dizer Catarina Branco. “Desde que as medidas sejam cumpridas, acho que as escolas são locais seguros”.

No entanto, a assistente operacional Elsa Silva, discorda, e diz mesmo que o regresso é um erro crasso. “Acho que é cedo de mais. Apesar de estarmos todos vacinados, isto está muito pior do que estava no ano passado quando não estávamos vacinados. A maior parte das crianças, se calhar, nem vai vacinada para a escola, e alguns vão contaminados e não são testados. Vamos esperar para ver”, explica a funcionária à Renascença.

O professor de atividades de enriquecimento curricular do 1.º ciclo, Pedro Oliveira, defende que o ensino presencial “é urgente”. “Tenho uma filha de seis anos e amanhã também venho com ela aqui para ser vacinada e é super importante as crianças irem vacinadas para a escola. Quanto mais pessoas vacinadas, mais protegidos estamos”.

O coordenador da "task force" da vacinação, coronel Carlos Penha Gonçalves, garantiu esta quinta-feira que os professores e funcionários das escolas que não consigam ser vacinados esta semana vão poder sê-lo na próxima.

A vacinação deste grupo de profissionais decorre até ao dia 9 de janeiro, no período da tarde, em regime de Casa Aberta.

Professores de todos os graus de ensino e os profissionais de creches e de ATL apresentam-se através de uma senha digital e têm de apresentar um comprovativo da profissão.

Pelo segundo dia consecutivo, Portugal registou mais de 39 mil casos diários de Covid-19, indica o boletim desta quinta-feira da Direção-Geral da Saúde.

Depois do máximo de 39.570 novas infeções verificadas na quarta-feira, as autoridades confirmaram esta quinta-feira 39.074 casos, o segundo maior número desde o início da pandemia.

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