20 dez, 2021 - 22:06 • João Malheiro, Susana Madureira Martins
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O Governo vai antecipar a entrada em vigor do período de contenção para a semana a seguir ao Natal, sabe a Renascença.
A poucas horas do Conselho de Ministros onde serão anunciadas novas medidas para travar o avanço da pandemia da Covid-19 em Portugal, esta foi a pior segunda-feira, desde fevereiro, a nível de novos casos, e António Costa antecipou o Conselho de Ministros desta semana para terça-feira, por causa de “propostas recebidas pelo grupo de epidemiologista que têm apoiado o executivo. Como são medidas com impacto na vida das pessoas, convém que sejam tomadas com antecedência, tendo em vista tornar possível uma melhor preparação e adaptação”, explicou fonte do executivo.
Esta segunda-feira, à Renascença, o imunologista Miguel Prudêncio, do Instituto de Medicina Molecular, defende o encerramento ou uma forte limitação do acesso a espaços de diversão noturna e a eventos de grande concentração, como jogos de futebol, durante a época das festas.
Na antecâmara do Conselho de Ministros desta terça-feira, viramos o olhar para a Europa, onde, em grande parte, os governos têm dito "sim" a novas restrições e a um retrocesso nas medidas de desconfinamento.
O Governo espanhol tinha dito, no início do mês, que aguentaria a nova “investida do vírus” não sendo necessário aplicar medidas mais restritivas no Natal, à semelhança do caso português.
Na sexta-feira, o país passou para o nível de "risco muito elevado de contágio", depois da incidência acumulada de Covid-19 em Espanha ter aumentado para 511 casos por 100.000 habitantes
No entanto, este domingo, numa comunicação ao país, o primeiro-ministro Pedro Sánchez alertou para um “risco real” de uma nova vaga de infeções e anunciou uma reunião de emergência com os presidentes das regiões espanholas, para discutir novas medidas restritivas.
Já esta segunda-feira, a comunidade de Valência anunciou que vai pedir autorização judicial para alargar a necessidade de apresentação de certificado digital a todo o setor da restauração.
O país está a lidar com uma verdadeira "emergência". É essa a expressão que Boris Johnson usou, ao anunciar o regresso do uso obrigatório da máscara em locais públicos e da recomendação do teletrabalho para travar a nova vaga da pandemia.
O ministro da Saúde, Sajid Javid também não excluiu novas medidas até ao Natal. Encerramento de bares e outros locais de entretenimento não estão forma de questão.
Segundo peritos locais, sem novas medidas, o número de hospitalizações em Inglaterra pode rondar as 3.000 ou 10.000 num só dia, com o número de mortes causadas pela Covid-19 entre os 600 e 6.000.
O governo alemão propôs esta segunda-feira novas restrições para combater a crescente vaga da pandemia.
Segundo a Reuters, ajuntamentos ficam limitados a dez pessoas e só vacinados poderão entrar em locais de restauração.
A Alemanha classificou França e Dinamarca como zonas de infeções de “alto risco” e começou a impor aos viajantes não vacinados procedentes desses países um período de quarentena de 14 dias.
Covid-19
Diretora-Geral lembra que o Governo "tem toda a in(...)
Os Países Baixos entraram em confinamento no último domingo (dia 19) e durante todo o período do Natal.
As lojas de comércio não essencial, bares e ginásios vão encerrar até meados de janeiro do próximo ano, pelo menos.
Os restaurantes só podem trabalhar em takeaway e os eventos desportivos não terão espectadores nas bancadas.
A Dinamarca anunciou esta sexta-feira novas restrições à vida noturna e o encerramento de cinemas, teatros e salas de espetáculos, numa reação ao aumento recorde de novos casos da doença Covid-19 registado no país nórdico.
O país registou um novo recorde histórico de mais de 11.000 casos no final da semana passada, incluindo um novo recorde de mais de 2.500 casos associados à variante Ómicron do novo coronavírus.
O Governo dinamarquês também exigirá o encerramento de outros locais que potenciam aglomerações de pessoas, como parques de diversões, centros de convenções ou mesmo museus.
As férias escolares de Natal foram prolongadas para tentar conter o aumento de casos, com o executivo a prever o regresso às aulas para 05 de janeiro.
A vida noturna, já visada com medidas na semana passada, será ainda mais restritiva, com bares e restaurantes a encerrarem às 23h00, com uma proibição de servir bebidas alcoólicas a partir das 22h00.
França também já encerrou discotecas e bares que passem música, até 6 de janeiro.
Desde este sábado que apenas cidadãos franceses e pssoas com razões essenciais para viajar pode entrar no país, a partir do Reino Unido.
Em Paris, as máscaras voltaram a ser obrigatórias em quase todo o lado, incluindo espaços abertos e todos os espaços públicos fechados, mesmo cinemas e restaurantes, onde antes não eram obrigatórios, já que é preciso apresentar também prova de vacinação ou teste.
Já em termos de prevalência da Ómicron, o médico considerou que o Reino Unido e a Dinamarca “estão talvez 3-4 dias adiantados em relação a Portugal”. O especialista alertou que Portugal “muito provavelmente” terá uma explosão de casos “na próxima semana, 20 a 26 Dezembro”.
[notícia atualizada às 23h34]