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​Ranking das escolas secundárias. Públicas continuam em queda

17 dez, 2016 - 00:00 • Fátima Casanova Rui Barros (infografia)

No secundário, nos primeiros 30 lugares agora só há uma escola pública. É de Coimbra.

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As escolas públicas continuam em queda nos “rankings”, nos dois níveis de ensino que exigem a realização de exames. No ensino secundário, nos primeiros 30 lugares só há uma escola pública: a secundária Infanta D. Maria, em Coimbra.

Apesar de grandes mexidas na tabela das melhores escolas, o Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, repete a liderança.

O colégio, propriedade do Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria em Portugal, mantém o título de melhor instituição de ensino, pelo terceiro ano consecutivo, apesar de ter baixado a média para 14,98 valores numa escala que vai de 0 a 20.

De facto, em 2016, as médias dos exames baixaram algumas décimas e o líder do “ranking” não ultrapassou a barreira dos 15 valores, um feito conseguido pela primeira vez no ano passado.

Em segundo lugar, neste ranking do ensino secundário, está o Colégio St. Peter's School (14,65), em Palmela, no distrito de Setúbal, que subiu do décimo terceiro.

O pódio fica completo com outra estreia. Trata-se do Colégio D. Diogo de Sousa, em Braga, que, com uma média de 14,34, trepou do sexto lugar.

Uma pública no “top” 30

Este ano as escolas públicas continuaram em queda. Nos primeiros 30 lugares, só há uma, enquanto em 2015 havia quatro.

A primeira pública aparece agora em trigésimo lugar, seis postos acima em relação ao registado no ano passado. Tem o título de melhor escola pública a Secundária Infanta D. Maria (12,48), em Coimbra, que repete, assim, a liderança conseguida em 2013 e depois de nos últimos dois anos ter estado em segundo lugar.

A escola de Coimbra destronou a Básica e Secundária Clara de Resende, no Porto, que caiu para sexto.

No segundo lugar deste “ranking” do secundário, mas só das públicas, está outra escola de Coimbra, a Secundária José Falcão, que subiu seis degraus e ocupa o 37.º lugar do ranking geral, com uma média de 12,13.

O pódio fica completo com a Escola Secundária de Porto de Mós, no distrito de Leiria, que escalou vinte lugares, com 12,12 de média está no 38º lugar do “ranking” geral.

Para a elaboração deste “ranking”, a Renascença considerou apenas as escolas onde se realizaram mais de 100 exames no conjunto dos oito mais concorridos (Matemática A, Matemática aplicada às Ciências Sociais, Português, Biologia e Geologia, Física e Química, História, Filosofia e Geografia), tendo por base dados divulgados pelo Ministério da Educação, tratados pela Universidade Católica Portuguesa para o jornal “Público”.

As públicas que surpreendem pela positiva

São duas as escolas cujos dados de contexto as distanciam das restantes que constituem o “top” 10 das melhores escolas públicas no ranking do secundário.

Começamos por destacar a Escola Secundária Frei Rosa Viterbo, em Sátão, no distrito de Viseu. Esta escola subiu mais de 80 lugares, para a posição 39 do “ranking” geral e é a quarta melhor pública. Nesta escola um terço dos alunos, que frequentaram o 12.º ano, no ano lectivo 2015/2016, tiveram o apoio da Acção Social Escolar e as habilitações dos pais rondavam os oito anos de escolaridade.

No novo “ranking”, que avalia o percurso de sucesso dos alunos, esta escola está na posição 40, mas se tivermos em consideração apenas as públicas aparece em 16.º lugar, num universo de 543 instituições de ensino, para as quais foi feito este tipo de análise.

Com dados de contexto muito semelhantes e bem colocada no “ranking” está a Escola Secundária de Porto de Mós, que ascendeu mais de 20 lugares e é a terceira melhor pública. Nesta escola do distrito de Leiria, um terço dos alunos do 12.º ano também tiveram o apoio da Acção Social Escolar e as habilitações dos pais rondavam os oito anos de ensino. Neste novo ranking “alternativo”, esta escola é a quarta pública onde os alunos mais progrediram, a 11.ª tendo em conta todas as instituições.

Analisando os dados de contexto das outras escolas que compõem o “top” 10, em média, a escolaridade dos pais rondava os 14 anos de escolaridade e só um décimo dos alunos que frequentou o 12.º ano no último ano lectivo precisou de apoio da Acção Social Escolar.

Mais de 80% das secundárias têm média positiva nos exames

Apesar de as médias terem baixado ligeiramente em 2016, mais de 80% das escolas conseguiram ter nota positiva nos exames nacionais do ensino secundário. É a quarta vez que acontece em 15 anos.

No secundário a nota positiva conta a partir de 9,5 valores numa escala que vai de 0 a 20.

Por comparação com 2013, considerado um ano negro, o número de escolas com média positiva nos exames mais do que duplicou: passou de 194 para 509.

Também a taxa de conclusão do 12º ano tem vindo a aumentar. Em 2013, apenas 21 estabelecimentos de ensino apresentaram taxas de conclusão iguais ou superiores a 80%. Passados três anos, este número quase triplicou – são agora 61 as escolas nessas condições.

Ainda assim, nos exames de 2016 nenhuma instituição chegou ao patamar dos 15 valores de média, ao contrário do que tinha acontecido no ano passado pela primeira vez, com o Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto.

As instituições do “top” 5 têm médias acima dos 14 valores, à semelhança de 2015, e acima de 2013 quando nenhuma escola conseguiu atingir essa meta. Já as três melhores escolas públicas têm pouco mais de 12 valores, quando no ano passado conseguiram ultrapassar a barreira dos 12,5 valores.

Comentários
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  • Petervlg
    22 dez, 2016 Trofa 12:24
    Coloquem os alunos dos colégios a fazerem as provas globais, fora dos colégios, vão ter uma agradável surpresa.
  • José Lopes
    17 dez, 2016 São João da Madeira 21:26
    Pretender comparar o que é incomparável é hipocrisia cínica!
  • Zé Brasileiro
    17 dez, 2016 Braga - Província 19:09
    Só quem não sabe que manda nas escolas publicas pode ficar surpreendido com estes resultados .Quem manda nas escolas publicas não vai para lá para aprender . Vai para a escola para ter direito ao rendimento mínimo e outras benesses .Sabe muito bem que mais tarde para levar uma boa vida não vai precisar de nenhuma instrução e já que não precisa aprender também, não deixa que os outros aprendam . Esta é a realidade .Assim vai Portugal .
  • juzze do vale
    17 dez, 2016 Porto 18:45
    Um ranking a calhar mesmo para a defesa dos privados....obvio
  • bossdurão
    17 dez, 2016 Serra dos Candeeiros 18:09
    Para quem não tem filhos, comentar, deve até ser uma forma de ocupar o tempo. Para quem os tem, e que como eu, tem a experiência publico/privado, no mínimo fecha a matraca. É que engolir sapos da escola privada, "ou isso" é muito indigesto! Bom Ano, e pensem.
  • AM
    17 dez, 2016 Leiria 18:09
    Onde está o Colégio Cidade da Roda, da Redinha, Pombal?
  • AM
    17 dez, 2016 Leiria 18:02
    Qualquer coisa está mal neste ranking. Onde está a Escola Externato Liceal Albergaria dos Doze do Concelho de Pombal.Desapareceu?
  • joa
    17 dez, 2016 Lisboa 17:39
    Por aqui se vê o péssimo jornalismo e os reles meios de comunicação em portugal! Alguém esclarece esses jornalistas ou esses meios de comunicação que esse "ranking não faz sentido! É obvio que os colégios privados que selecionam os alunos que pagam fortunas têm melhores resultados, a posição no tal ranking não quer dizer nada sobre a qualidade das escolas, uma escola pública que tem andado a ser detsruida pela mafia politiqueira e desgovernante pode ter os melhores professores do mundo, mas se tiver muita escumalha que só lá anda para destruir, agredir, insultar, os PIEFs vocacionais (coisa que as privadas rejeitam e fogem a sete pés), é claro que vai ter "maus" resultados, Fora a zona, as condiçºoes socio.económicas, etc! Basta ver o que se esta a passar com a fantuchada sobre o facínora Só ares para ver a falta de credibilidade desses meios de comunicação, é "ranhokings" é relatórios sobre o parasita só ares de hoara a hora, como se os portugueses quisessem saber do fulano para alguma coisa!
  • PUF
    17 dez, 2016 Boavista 17:04
    Para quando um ranking que avalie o estado e da qualidade do jornalismo em Portugal.
  • JP
    17 dez, 2016 Olhão 16:59
    Lá vem o lobismo jornalístico do ensino privado. O facto de darem relevo à escola pública de Coimbra não é inocente nem por acaso. Esta gente pensa que todos somos otários e não percebemos a marosca.

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