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Rússia suspende participação no tratado NEW START sobre armas nucleares

21 fev, 2023 - 12:52 • Lusa

Explicando a sua decisão de suspender as obrigações da Rússia no âmbito do New START, Putin acusou os Estados Unidos e os seus aliados da NATO de declararem abertamente o objetivo da derrota da Rússia na Ucrânia.

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O presidente russo declarou esta terça-feira que Moscovo suspende a sua participação no tratado New START, o último pacto de controlo de armas nucleares que restava com os Estados Unidos, aumentando a tensão com Washington sobre a invasão da Ucrânia.

Falando no seu discurso sobre o estado da nação, Vladimir Putin disse também que a Rússia deveria estar pronta a retomar os testes de armas nucleares se os Estados Unidos o fizessem, uma medida que poria fim à proibição global de testes de armas nucleares, em vigor desde os tempos da Guerra Fria.

Explicando a sua decisão de suspender as obrigações da Rússia no âmbito do New START, Putin acusou os Estados Unidos e os seus aliados da NATO de declararem abertamente o objetivo da derrota da Rússia na Ucrânia.

"Eles querem infligir-nos uma 'derrota estratégica' e tentar chegar às nossas instalações nucleares ao mesmo tempo", disse.

Putin argumentou que, enquanto os Estados Unidos pressionaram para o reinício das inspeções às instalações nucleares russas ao abrigo do tratado, os aliados da NATO tinham ajudado a Ucrânia a montar ataques com drones a bases aéreas russas que albergam bombardeiros estratégicos com capacidade nuclear.

"Os drones utilizados para o efeito foram equipados e modernizados com a assistência de peritos da NATO", disse Putin. "E agora eles querem inspecionar as nossas instalações de defesa? Nas atuais condições do confronto parece um perfeito disparate".

Putin salientou que a Rússia está a suspender o seu envolvimento no New START e ainda não se está a retirar totalmente do pacto.

O tratado New START, assinado em 2010 pelo então Presidente dos Estados Unidos Barack Obama e pelo Presidente russo Dmitry Medvedev, limita cada país a não mais de 1.550 ogivas nucleares colocadas e 700 mísseis e bombardeiros colocados. O acordo prevê a realização de inspeções no local para verificar o cumprimento.

Poucos dias antes de o tratado expirar, em fevereiro de 2021, a Rússia e os Estados Unidos concordaram em prorrogá-lo por mais cinco anos.

A Rússia e os Estados Unidos suspenderam as inspeções mútuas no âmbito do New START desde o início da pandemia de Covid-19, mas Moscovo recusou-se, no outono passado, a permitir o seu recomeço, aumentando a incerteza sobre o futuro do pacto. A Rússia também adiou indefinidamente uma ronda planeada de consultas ao abrigo do tratado.

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  • Cidadao
    22 fev, 2023 Lisboa 09:54
    Ameaça nuclear sempre vai existir. Inventaram as armas nucleares, agora infelizmente não podem "desinventá-las". Vamos viver para sempre sob ameaça nuclear, mas já nos habituámos a isso. Mais preocupante que as nucleares russas, são as que estão nas mãos de malucos como o "Querido Líder". É que apesar da retórica russa de ameaças sucessivas de recurso ao nuclear, já se percebeu que Putin não o vai fazer. Ele e o Estado-Maior russo sabem que o primeiro disparo nuclear que fizessem, seria o fim da civilização como a conhecemos, pois a retaliação nuclear dos EUA e Ocidente, seria imediata e esmagadora, e ninguém no Kremlin, que vive muito acima da pobreza do Povo russo, está disposto a perder a fortuna e as benesses de que goza, para passar 1 ano ou 2 num abrigo subterrâneo anti-radiação e que quando voltasse à superfície, só encontraria ruínas e fortunas a zero. É com malucos como o tipo da Coreia do Norte e mais tarde, o Irão, que nos temos de preocupar. De resto, fundamentalmente, Putin limitou-se a anunciar uma medida que já existia de facto. Nada de novo para aquelas bandas.

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