17 jun, 2022 - 19:50 • João Malheiro
O 114.º dia de guerra fica marcado pela decisão da Comissão Europeia de recomendar ao Conselho que seja concedido à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão à União Europeia (UE).
É o culminar de uma iniciativa diplomática que, esta quinta-feira, já se tinha iniciado com a visita dos líderes europeus de Alemanha, França e Itália, a Kiev.
A Rússia alega que já conseguiu eliminar 19 mercenários portugueses durante a invasão da Ucrânia. No entanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) não tem registo de nenhuma morte portuguesa.
A Renascença resume os principais dados de mais um dia de conflito.
A Comissão Europeia recomendou ao Conselho que seja concedido à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão à UE, emitindo parecer semelhante para a Moldova, enquanto para a Geórgia entende serem necessários mais passos.
Relativamente às candidaturas da Ucrânia e da Moldova, o executivo comunitário entende que lhes deve ser concedido o estatuto de países candidatos à adesão "no pressuposto de que serão tomadas medidas numa série de áreas", enquanto relativamente à Geórgia propõe que lhe seja dada a "perspetiva" de se tornar membro, mas a concessão do estatuto de candidato apenas depois de "abordadas várias prioridades".
"Temos uma mensagem clara, que é: sim, a Ucrânia merece a perspetiva europeia, e sim, a Ucrânia deve ser acolhida como país candidato", anunciou em Bruxelas a presidente da Comissão Europeia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, disse que Portugal vai emitir uma opinião sobre a recomendação de Bruxelas para que seja concedido à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão depois de estudar o relatório.
"Estamos a estudar a recomendação, na próxima semana haverá um Conselho Europeu, e a nossa posição será em função da nossa leitura do relatório da Comissão Europeia", afirmou João Gomes Cravinho, na conferência de imprensa conjunta que decorreu em Lisboa depois do encontro com a líder da oposição na Bielorrússia, Sviatlana Tsikhanouskaya.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, saudou a "decisão histórica" da Comissão Europeia de recomendar a concessão à Ucrânia do estatuto oficial de país candidato à UE.
"Estou grato a Ursula von der Leyen e a todos os membros da Comissão Europeia por uma decisão histórica", escreveu Zelensky na rede social Twitter.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, garantiu que o Reino Unido continuará a fornecer armas à Ucrânia e irá intensificar a formação de soldados ucranianos, acreditando que as forças russas estão a sofrer muitas baixas.
"É bom estar de regresso a Kiev", escreveu Johnson na sua conta da rede social Twitter, no dia em que visitou a capital ucraniana para reiterar o apoio do seu Governo à resistência contra a invasão russa.
O primeiro-ministro britânico disse que o Reino Unido vai continuar a fornecer o equipamento militar "de que a Ucrânia precisa", como tem feito desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, para que "o povo ucraniano possa expulsar o agressor".
A Rússia alega que já conseguiu eliminar 19 mercenários portugueses durante a invasão da Ucrânia, que começou a 24 de fevereiro.
O Ministério da Defesa russo publicou um boletim que regista a presença na Ucrânia dos mercenários que se envolveram no combate.
De Portugal terão viajado 103 pessoas, das quais 19 terão morrido, alega Moscovo.
No entanto, o MNE tem registo de sete combatentes portugueses na Ucrânia e nenhuma morte, ao contrário do que avançou o Governo russo.
“Há registo de sete cidadãos nacionais que contactaram os serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros informando da sua deslocação para a Ucrânia a título de 'combatente voluntário'. Não há registo de mortes”, refere o MNE, em resposta à Renascença.
Dada a situação vivida na Ucrânia, o Governo português “reitera que deverá ser evitada qualquer tipo de deslocação para a Ucrânia”.
Presidente russo defende que estamos a viver o fim(...)