18 abr, 2022 - 19:39 • André Rodrigues
Ao 54.º dia de guerra na Ucrânia, Vladimir Putin decidiu condecorar a brigada de fuzileiros suspeitos de terem participado no massacre de civis na cidade de Bucha, nos arredores de Kiev.
O Kremlin confirma que o decreto foi assinado pelo Presidente da Rússia que, assim, conferiu o "título honorífico de 'Guarda'" à 64.ª brigada, devido ao "heroísmo e à tenacidade, à determinação e à coragem" dos seus homens.
Mas a Ucrânia acusa o exército russo e, em particular, a 64.ª brigada de ter cometido o massacre de Bucha e a Rússia insiste em negar a autoria do ataque e acusa as autoridades ucranianas e a comunicação social ocidental de terem encenado o massacre.
No leste da Ucrânia, o dia ficou marcado pela escalada dos combates na zona de Lugansk.
"Podemos informar que a ofensiva [russa] já começou", disse a administração militar regional em comunicado, acrescentando que os combates ocorrem nas ruas de Kreminna e que a retirada de civis é "impossível". Pelo menos quatro civis morreram depois de, aparentemente, terem sido alvejados por soldados russos em Kreminna.
Do lado de Moscovo, persiste a alegação de que os civis não são alvos nesta operação militar.
A verdade é que nenhuma parcela do território ucraniano foi poupada neste 54.º dia de guerra. Nem mesmo a Lviv, a cidade colada à fronteira com a Polónia e que continua a ser ponto de passagem e de paragem de milhares de refugiados ucranianos.
Segundo as autoridades da Ucrânia, os mísseis terão sido disparados da região do Mar Cáspio e, pelo menos, sete pessoas morreram e 11 ficaram feridas, incluindo uma criança.
Na contagem das vítimas da guerra, as Nações Unidas reconhecem, todos os dias, que os números confirmados são sempre altamente subestimados e têm muito pouca adesão à realidade.
Esta segunda-feira, foram confirma 2.072 civis mortos e 2.818 feridos, mas os números reais serão muito superiores.
Dos que fogem ao conflito, alguns chegam a Portugal. Na próxima quinta-feira são esperados mais 263 refugiados ucranianos num voo humanitário organizado pela associação Ukrainian Refugees (UAPT), que já trouxe mais de mil refugiados desde o início da invasão russa.
Quinta-feira que é, precisamente, o dia em que o Presidente Volodymyr Zelensky vai falar ao Parlamento português a partir das 17h00 por videoconferência.
Desde 24 de fevereiro, Portugal já aceitou 31.543 pedidos de proteção temporária de cidadãos ucranianos e estrangeiros residentes na Ucrânia, de acordo com o mais recente balanço feito pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).