24 fev, 2022 - 20:00 • João Malheiro
24 de fevereiro de 2022. 03h00. A hora do dia que assinalou o início de uma nova guerra na Europa.
A Rússia tornou real as informações que muitos não queriam acreditar e invadiu a Ucrânia.
Segundo autoridades ucranianas, até ao momento, registaram-se 57 mortes e 169 feridos entre os soldados do país. Ainda segundo a Ucrânia, mais de 50 soldados russos morreram na sequência dos conflitos.
A Renascença faz um balanço dos principais acontecimentos das primeiras horas de um conflito armado com um desfecho ainda incerto.
Foi por volta das 03h00 de Portugal continental, desta quinta-feira, que Vladimir Putin fez um anúncio ao povo russo e ao mundo.
Instantes depois, começaram a registar-se as primeiras explosões, em pelo menos cinco cidades da Ucrânia, incluindo na capital, Kiev.
A Rússia ataca por três frentes: terra, mar e ar. É o maior ataque a um estado europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
Kiev acorda esta manhã ao som das sirenes após a invasão das tropas russas através da Bielorrússia.
O Presidente da Ucrânia confirma que a Rússia está a atacar a “infraestrutura militar” e os postos de fronteira ucranianos, e pede à população que não entre em pânico.
O espaço aéreo do país é fechado e a polícia deixa avisos à população através de megafones.
O primeiro-ministro, António Costa, é o primeiro alto responsável de Portugal a reagir ao começo da guerra.
Via Twitter, às 05h45, o chefe do Executivo português condena "veemente" a ação militar da Rússia.
Mais tarde, num discurso feito ao país, António Costa avança ainda que está preparado um processo de retirada, que será ativado "se e quando for solicitado que assim aconteça". Os cidadãos que queiram sair da Ucrânia para Portugal "são bem-vindos", bem como os "seus familiares e amigos".
Entretanto, a embaixada de Portugal em Kiev aconselha os portugueses a sair da Ucrânia pela fronteira terrestre com território da União Europeia.
À Renascença, o Presidente da República condena a invasão do território da Ucrânia, assim como o ministro dos Negócios Estrangeiros.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi das primeiras vozes no plano internacional a reprovar a invasão russa à Ucrânia.
Em conferência de imprensa, Von der Leyen acusa Putin de estar a querer voltar atrás no tempo, até ao Império Russo, mas, com isso, põe em risco o futuro do povo russo.
O presidente da França, Emmanuel Macron condena "veemente" o ataque russo e sublinha que a França está solidária com a Ucrânia.
Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, diz-se "horrorizado" pelo início da guerra que classifica como "uma catástrofe" para o continente europeu e admite resposta militar.
E Joe Biden classifica o anúncio do presidente russo como um ataque “não provocado” e “injustificado” e lamenta que a Rússia tenha optado por uma guerra "premeditada".
Centenas de pessoas tentam abandonar a capital da Ucrânia, à medida que a polícia local pede às pessoas para se refugiarem em bunkers.
Filas formam-se em supermercados - que vêem o seu stock a desaparecer rapidamente - multibancos e postos de combustível, para se prepararem para fugirem do conflito. Muitos sem destino certo.
À medida que os mercados financeiros abrem, registam-se quedas sucessivas.
Na Rússia, a Bolsa de Moscovo tem uma queda história com uma perda superior a 30%, levando à suspensão da negociação.
No resto da Europa, praticamente todas as praças apresentam quedas superiores a 4%, com Lisboa a cair, esta manhã, mais de 3%.
Depois de horas em combate, as forças russas tomam controlo da central nuclear de Chernobyl.
A Rússia quer controlar o reator nuclear de Chernobyl para sinalizar à NATO que não deve interferir militarmente no território, disse um conselheiro do gabinete presidencial ucraniano.
Cerca de mil cidadãos russos saem às ruas de Moscovo, durante a tarde desta quinta-feira, para protestar contra o início de conflito. Muitos outros juntam-se, em 48 cidades.
As manifestações terminam em detenções por parte das forças policiais russas.
Mais de 1.195 pessoas foram detidas na sequência destes protestos, segundo o grupo de direitos humanos OVD-Info.