10 mai, 2024 - 23:14 • João Pedro Quesado
Os Estados Unidos da América concluíram que é "razoável aferir" que as operações militares de Israel na Faixa de Gaza violaram a lei internacional. Contudo, a administração de Joe Biden declara, num relatório entregue ao Congresso norte-americano esta sexta-feira, que não encontrou casos específicos que justifiquem a retenção de ajuda militar.
De acordo com o "The New York Times", o Departamento de Estado considera que os "resultados" da ofensiva israelita "levantam questões substanciais", apontando principalmente aos "números altos de vítimas civis".
Isto apesar de o Governo dos EUA afirmar que Israel "tem o conhecimento, a experiência e as ferramentas para implementar as melhores práticas de mitigação dos danos civis nas suas operações militares".
Os Estados Unidos apontam não ter "informação completa para verificar" se armas americanas foram "especificamente usadas" por Israel nas violações do direito internacional, culpando o regime de Benjamin Netanyahu por não partilhar essa informação.
"Dada a natureza do conflito em Gaza, com o Hamas a procurar esconder-se atrás da população e infraestrutura civil e expô-los à ação militar israelita", o Departamento de Estado considera "difícil avaliar ou chegar a conclusões definitivas sobre incidentes isolados". Contudo, "dado a dependência significativa de Israel" do apoio militar norte-americano, "é razoável aferir" que esse apoio "foi usado pelas forças de segurança de Israel desde 7 de outubro em situações inconsistentes com as obrigações da lei internacional humanitária ou com as melhores práticas estabelecidas", detalha o relatório.
Segundo a "CNN", o relatório não concluiu que Israel reteve ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Apesar disso, o documento diz que as garantias dadas por Israel em março de que usaria as armas norte-americanas de forma consistente com a lei internacional são "credíveis e fiáveis", o que permite a continuidade do fluxo de ajuda militar dos EUA.
[notícia atualizada às 00h04 de 11 de maio]