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Vírus sincicial. Mais de 170 crianças hospitalizadas em Portugal

12 dez, 2022 - 18:49 • Lusa

Crianças com menos de cinco anos, especialmente bebés com menos de seis meses, adultos com idade igual ou superior a 65 anos e pessoas com comorbilidades específicas são os grupos mais afetados pela doença grave provocada pelo RSV.

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O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) confirmou esta segunda-feira que 171 crianças foram hospitalizadas por infeção com o vírus sincicial (RSV), metade das quais com menos de três meses.

“Em Portugal, a partir da semana 47 [última semana de novembro], as autoridades reportaram uma tendência crescente nas hospitalizações relacionadas com o RSV de crianças com menos de dois anos. Nesta faixa etária, houve 171 hospitalizações acumuladas durante a presente temporada, com cerca de 50% dos casos com idades de menos de três meses”, refere uma análise de risco do ECDC hoje divulgada.

Segundo o centro europeu, a infeção por RSV geralmente causa doença leve, mas a gravidade das manifestações clínicas varia consideravelmente conforme a idade.

Os grupos mais afetados pela doença grave provocada por este vírus são as crianças com menos de cinco anos, especialmente bebés com menos de seis meses, adultos com idade igual ou superior a 65 anos e pessoas com comorbilidades específicas.

“As hospitalizações causadas pelo RSV e outros agentes patogénicos respiratórios, como o vírus da gripe e o SARS-CoV-2, estão a aumentar em alguns Estados-membros e já estão a exercer pressão sobre os sistemas de saúde”, alerta o ECDC.

O centro avalia o risco de infeção por RSV como baixo para a população em geral e elevado para crianças com menos de seis meses, adultos com mais de 65 anos ou mais e pessoas com doenças específicas.

“O risco de que o RSV, o vírus da gripe e o SARS-CoV-2 pressionem os sistemas de saúde nas próximas semanas é avaliado como elevado” nos países europeus, avança o documento.

O centro adianta ainda que os países da União Europeia e Espaço Económico Europeu (EU/EEE) estão também a “viver uma época de gripe precoce e um possível ressurgimento da covid-19”, após semanas de declínio dos casos e das hospitalizações.

"A época festiva de fim de ano está associada a atividades como encontros sociais, compras e viagens, que representam riscos adicionais significativos para a transmissão do RSV e outros vírus respiratórios", salientou a diretora do ECDC.

Perante isso, Andrea Ammon defendeu que o reforço dos sistemas de saúde e o apoio aos profissionais de saúde “devem ser prioritários", devido ao risco de forte pressão nas próximas semanas.

O ECDC recomenda que os países implementem uma comunicação de risco ao público, promovendo a importância da vacinação contra a gripe sazonal e a covid-19, e uma melhor a vigilância do RSV e a testagem dos vírus respiratórios.

“Nesta altura do ano as infeções por RSV não são incomuns, no entanto este ano há mais atividade de RSV e começou mais cedo do que nas estações pré-covid-19", sublinha o centro europeu.

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