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Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública

Portugal pode viver "verão quente" se reivindicações de bombeiros não forem atendidas

07 fev, 2024 - 08:55 • André Rodrigues , João Malheiro

Questionado sobre o risco de poderem surgir dentro dos bombeiros movimentos inorgânicos de contestação, à semelhança do que acontece nas forças de segurança, José Abraão considera que, por agora, essa situação não se coloca e que "não há espaço para radicalismo".

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O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública avisa que se a reivindicações dos bombeiros não forem atendidas, Portugal poderá viver um "verão quente".

Depois das forças de segurança, são os bombeiros que exigem um subsídio de risco. Esta quarta-feira reúnem-se com a ministra da Coesão Territorial, depois de centenas de bombeiros sapadores se terem oncentrardo junto ao Parlamento, na terça-feira.

Os bombeiros vão entregar um caderno reivindicativo à atual ministra Ana Abrunhosa, mas tendo já em vista eventuais negociações com o Governo que saia das eleições de 10 de março. Em causa, está a atribuição de um suplemento de risco, melhorias salariais e o reconhecimento de profissão de desgaste rápido.

José Abraão refere, à Renascença, que se pretende "estabelecer alguns mecanismos, que logo que seja possível, se possa ir à mesa das negociações e que o Governo que venha a seguir nas eleições responda com urgência, porque há problemas que não podem ser mais adiados".

Questionado sobre o risco de poderem surgir dentro dos bombeiros movimentos inorgânicos de contestação, à semelhança do que acontece nas forças de segurança, José Abraão considera que, por agora, essa situação não se coloca e que "não há espaço para radicalismo".

"Movimentos radicais, em regra, não têm rosto. E como não têm rosto, assentam num protagonismo que não tem consequência e não resolve problema absolutamente nenhum. Enquanto que as organizações sindicais têm sempre possibilidade de negociar e obter compromissos", defende.

Apesar de reconhecer que o Governo está em gestão, José Abraão afirma que é preciso "continuar a sinalizar" as preocupações dos trabalhadores.

A partir das 15h00 desta quarta-feira, a ministra da Coesão Territorial recebe a plataforma intersindical dos bombeiros sapadores da administração local que exigem suplementos de risco, melhores salários e o reconhecimento de profissão de desgaste rápido. Reivindicações em tudo semelhantes às das forças de segurança e que tem estado na origem de muita contestação.
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  • José J C Cruz Pinto
    07 fev, 2024 ÍLHAVO 12:53
    E quem é que lhes paga as camisolas? Foram oferta de quem? [E as dos polícias?]
  • José J C Cruz Pinto
    07 fev, 2024 ÍLHAVO 11:56
    Preparem-se! Preparem-se, porque vão em breve começar a ouvi-los (agora, os bombeiros) dizer que "isto não é chantagem" - de modo algum, que ideia! O Governo é que estará a fazer chantagem se e quando tiver a ousadia de lhes lembrar que não têm o direito de pôr em risco a segurança colectiva, a economia e o ambiente no próximo verão, em nome dos seus (ainda que legítimos) interesses. E preparem-se também para ouvir muitos outros - todos, em boa verdade - dizer que "exigem um subsídio de risco" - os médicos, enfermeiros e assistentes, porque os doentes lhes podem pegar doenças graves, ou serem por eles agredidos ou seus familiares, e o mesmo (com semelhante justificação) com professores, auxiliares, funcionários públicos, lojistas e encarregados de gasolineiras, e até árbitros, jogadores e dirigentes do futebol, etc., para não falar dos próprios políticos, por todos os motivos e mais ainda porque todas as profissões hoje em dia são de desgaste rápido e cada vez mais perigosas - ou não são? E o mesmo com os criminosos das claques do "coice na bola" e em tudo e todos, porque passaram a correr o risco de serem presos só por ameaçarem "partir os cornos" a todos os que se lhes opuserem. Até a maioria dos reformados pode reclamar o mesmo porque, não só já estão muito mais desgastados que todos os outros sem excepção, mas porque muito mais arriscam ficar ao ouvir e ver o resultado (ainda que só futuro e potencial) de tanta bacorada junta. Exigimos por isso todos um subsídio de risco!

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