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Presidente da Bolívia propõe “tribunal dos povos” para julgar Obama

26 set, 2013 - 10:54

Foi no decorrer da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. Evo Morales considera que o Presidente norte-americano devia ser julgado por crimes de lesa-humanidade. “Talvez devessem dar-lhe o prémio Nobel da Guerra", afirmou.

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O Presidente da Bolívia, Evo Morales, causou surpresa na sessão plenária da Assembleia Geral das Nações Unidas ao propor a criação de um “tribunal dos povos”, com vista a julgar o Presidente norte-americano, Barack Obama, por crimes de lesa-humanidade.

“Já que estamos aqui a debater sobre a vida e a humanidade, quero sugerir-lhes um tribunal dos povos para iniciar um processo contra o Governo de Obama”, anunciou durante a sua intervenção.

Evo Morales indicou “os bombardeamentos dos Estados Unidos na Líbia” como uma das razões para o julgamento. E questionou: “De quem é agora o petróleo da Líbia?”

O chefe de Estado boliviano afirmou ter ficado impressionado quando Barack Obama chegou à Casa Branca, após a vitória nas eleições de 2008, porque prometeu acabar com as guerras, mas "agora vemos completamente o contrário".

"Vem de uma família discriminada como eu, atraiu a minha atenção, mas agora vemos totalmente o contrário, talvez a isso se deva o prémio Nobel da Paz. No entanto, talvez devessem dar-lhe o prémio Nobel da Guerra", criticou Morales.

Na sua intervenção, fez ainda referência ao incidente diplomático em que se viu envolvido com vários países europeus devido à passagem do seu avião presidencial, apontando que alguns governos "bloqueiam o espaço aéreo" para impedir a presença de outras comitivas na ONU.

"Como se pode falar de democracia quando os serviços de espionagem dos Estados Unidos violam direitos humanos, não apenas dos governos anti-imperialistas, mas também dos seus próprios aliados, dos seus cidadãos e até da ONU?", questionou também.

“Não pode haver donos do mundo", defendeu, insistindo que "a segurança do império e a luta contra o terrorismo" não podem transformar-se num pretexto ou instrumento para intervenções militares unilaterais.

"O terrorismo não se combate com medidas unilaterais, que eu saiba combate-se com mais política social, mais tolerância religiosa, mais democracia, mais igualdade e mais educação", sublinhou Evo Morales.

A primeira parte do discurso foi centrada nas conquistas do seu Governo nos últimos oito anos para alcançar alguns dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio de redução da pobreza.

"Um milhão de bolivianos passou a fazer parte da classe média, segundo dados da ONU, e sendo nós um país de dez milhões de habitantes tal significa que 10% da população viu a sua situação melhorar", defendeu.
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