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Rui Quinta: "Sérgio Conceição vai continuar no FC Porto"

18 mai, 2022 - 18:45 • Luís Aresta

Sérgio Conceição não se considera favorito na final da Taça de Portugal e vai honrar o compromisso com o Porto, diz Rui Quinta, que vê "erros estratégicos" na descida do Tondela.

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Rui Quinta está convencido de que Sérgio Conceição vai honrar o contrato que assinou com Pinto da Costa e que prevê que se mantenha no cargo de treinador do FC Porto durante as próximas duas épocas.

A ideia de que Sérgio Conceição está indeciso não é acolhida pelo antigo treinador adjunto do FC Porto, em entrevista a Bola Branca.

“É um assunto que interessa especular. Não me parece que continuar no FC Porto seja um passo atrás, pelo contrário; os desafios que um treinador, neste caso o Sérgio Conceição, vive no Porto são sempre de uma dimensão extraordinária. Na minha forma de olhar e de perceber, acredito que vai continuar, claramente”, acentua.

Favoritismo não passa pela cabeça de Sérgio


Se há favorito para erguer a Taça de Portugal, ele não passa pela cabeça de Sérgio Conceição, apesar de a final do Jamor colocar, frente a frente, o Porto, campeão nacional, e o Tondela, que desceu à II Liga.

“A ideia de favoritos é mais jornalística do que real”, diz Rui Quinta, bicampeão pelo FC Porto como adjunto de Vítor Pereira.

“Os treinadores nunca olham para os jogos nessa perspetiva, mas sim na de valorizarem os recursos que têm à sua disposição para ultrapassar os adversários. O Sérgio Conceição já deu mostras ao longo do campeonato de que não há adversários diferentes: há adversários para serem vencidos e acredito que o Porto vai encarar este jogo como todos os outros, no sentido de fazer o melhor e conquistar o troféu”, frisa.

O Museu do Dragão já tem lugar reservado para o troféu referente à conquista pelo FC Porto da Liga 2021/22, mas há sempre espaço para mais um. Neste caso, a Taça de Portugal, que o clube pode conquistar pela 18.ª vez. Se o fizer, no domingo frente ao Tondela, Sérgio Conceição pode torna-se no primeiro treinador do FC Porto a conquistar por duas vezes numa mesma época os dois principais troféus nacionais.

Será, simultaneamente, a nona “dobradinha” do clube. Uma oportunidade de afirmação da nação portistas, reconhece Rui Quinta:

“Claro que sim, em termos de prestígio, de imagem; é mais um troféu, mais uma conquista que serve para afirmar cada vez mais a importância e a dimensão que o clube conquistou e que, nesta altura, é inatacável."

Descida do Tondela deveu-se a “erros estratégicos”


Nesta entrevista a Bola Branca, embora considere que o estado de espírito dos jogadores do Tondela, após a queda para a II Liga , em nada altera os planos do Porto, Rui Quinta não deixa de assinalar que a final no Estádio Nacional é uma oportunidade única para os beirões.

O técnico, com vasta experiência no futebol português, olha para o que correu mal em Tondela e considera que as responsabilidades não devem recair sobre o plantel que iniciou a época sob o comando do basco Pako Ayestarán: “Acho que o Tondela cometeu alguns erros estratégicos nas decisões que tomou, que acabaram por promover este desfecho."

"Se olharmos para o passado, o Tondela já viveu situações destas noutras épocas e manteve uma coerência muito grande, que acabou por lhe permitir continuar na I Liga. Este ano, as coisas não foram ao encontro daquilo que se pretendia”, constata Rui Quinta.

De qualquer maneira, “a equipa teve o mérito de chegar à final da Taça e esta é uma oportunidade na vida de muitos daqueles jogadores, que seguramente não a voltarão a viver". "Será uma forma de se potenciar o melhor de cada um e ir atrás do sonho. Quem chega a uma final acredita sempre que tem condições para vencer”, considera Rui Quinta.

Dez minutos de conversa e um desafio aliciante


Rui Quinta não treinou qualquer clube no último ano, depois de, na época de 2020/21, ter passado por Lusitânia de Lourosa e Salgueiros, ambos do Campeonato de Portugal. O treinador, de 61 anos, com vasto curriculum, espera que o telefone toque e que, do outro lado da linha, surja algo que verdadeiramente o motive.

“Tem de ser um desafio que mexa com o meu entusiasmo e aí vou eu com tudo o que tenho. Este ano, o que apareceu, por isto ou por aquilo não foi no sentido de me desafiar. Não de me andar a promover e a ligar. Se as pessoas entenderem que posso ajudar, só lhes peço dez minutos. Se conversarem comigo dez minutos, já fico satisfeito; se não conversarem, é sinal de que não vêm em mim alguém que os possa ajudar e eu não tenho que me recriminar ninguém”, esclarece.

No caso da Renascença, não haverá uma única vez que o "mister" Rui Quinta não tenha atendido ou devolvido uma chamada. Menos de dez minutos chegam para pôr a conversa em dia.

A final da Taça de Portugal, entre FC Porto e Tondela, está marcada para domingo, às 17h15, no Estádio Nacional, no Jamor. Relato em direto na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.

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