20 fev, 2024 - 13:15 • João Filipe Cruz
Evitar o que já aconteceu. É com esta premissa que a seleção portuguesa entra para a última jornada da fase de grupos do Mundial de futebol de praia, contra Omã (13h00), tendo na memória a última edição em que caiu precisamente aqui.
Em declarações a Bola Branca, Zé Miguel, antigo guarda-redes e selecionador português, não tem dúvidas em atirar a responsabilidade e o favoritismo para a equipa das quinas, mas com avisos.
"Não tenho dúvidas de que Portugal é superior ao Omã mas é, como se costuma dizer, um mata-mata. O Omã tem vindo a evoluir no futebol de praia e está a aproximar-se das melhores equipas. Ainda assim, toda a certeza que iremos ultrapassá-los, com a consciência de que será difícil", reconhece o dono da baliza no primeiro Mundial conquistado pelos portugueses, em 2001.
Para o atual treinador do AFD Torre, Portugal "perdeu alguns jogadores, mas os que chegaram têm qualidade". Zé Miguel está mais preocupado com "a evolução de outras equipas como Itália ou Bielorrússia, que estão a aproximar-se de patamares de conquista".
Caso o favoritismo não chegue e Portugal fique, pela segunda vez consecutiva, pela fase de grupos de um Campeonato do Mundo, ainda não é tempo de usar a palavra crise. "Não direi crise. O que acontece, e aconteceu comigo, é que as coisas funcionam por ciclos, que têm início e fim. Eventualmente, este ciclo pode estar a chegar ao fim e, às vezes, não tem a ver com resultados", projeta Zé Miguel.
E se as quinas prevalecerem e conseguirem a passagem aos quartos de final, vêm outros desafios, para o antigo guarda-redes. "As equipas transformam-se de um dia para o outro e o desgaste é muito grande. Vão começar a aparecer lesões e castigos e tudo isto pode contar a partir daqui. Omã, Bielorrússia e Senegal são equipas muito fortes fisicamente e isso nestas fases finais conta muito".