24 ago, 2023 - 07:30 • Redação com Lusa
Os atletas portugueses João Vieira e Inês Henriques desistiram na prova de marcha dos Mundiais de atletismo.
João Vieira desistiu devido a uma indisposição após apenas sete dos 35 quilómetros: "É bastante duro [desistir], para quem pensava terminar a prova com um excelente resultado. Não me senti muito bem no aquecimento, fiquei um pouco mal disposto, senti-me bastante cansado durante a competição e não deu para prosseguir porque entrei num estado de exaustão acentuada", afirmou.
O veterano atleta de 47 anos abandonou a prova depois de ter cumprido sete quilómetros no circuito citadino, após pouco mais de meia hora, quando seguia a 2.24 minutos da liderança.
"Fadiga, o sistema nervoso não funcionou e vomitei após o aquecimento, tudo isso contribuiu para o mau dia de hoje, mas tenho de levantar a cabeça. Já são muitos anos e quero continuar a dar alegrias ao povo português e é isso que vou continuar a fazer", prometeu.
Vieira cumpriu em Budapeste2023 a sua 13.ª presença em Mundiais, igualando o recordista absoluto, o espanhol e também marchador Jesus Ángel García Bragado, que terminou a carreira em Tóquio2020, aos 51, dois anos depois de ter somado a 13.ª presença seguida em Campeonatos do Mundo, em Doha2019, então como o mais velho de sempre, com 49 anos e 347 dias.
Já Inês Henriques, de 43 anos, desistiu ao quilómetro 14 da prova em que se despede da distância. Quando desistiu, seguia a 6.44 minutos da liderança.
"Foi um dia duro e um dia triste, porque queria terminar. Por mim, pelo meu treinador de sempre [Jorge Miguel], que infelizmente não pôde estar por doença, pela minha família, por todo o apoio que me tem dado, e por ser a última prova de 35 quilómetros", afirmou a atleta natural de Rio Maior, aludindo à retirada da distância do programa olímpico para Paris 2024.
Inês Henriques, campeã do mundo dos 50 quilómetros em Londres'2017, parou após uma hora de prova, tentando retomar a marcha, para cumprir o objetivo de "chegar ao fim".
"Era querer terminar, mas o corpo não reagia. Nas provas longas é complicado termos problema logo ao início, porque faltam muitos quilómetros, quando se tem problemas aos 25/30 quilómetros, ainda se aguenta, é muito difícil chegar ao fim", admitiu.