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Presidente destituído está a par do dia a dia da Federação de Judo, mas garante que não interfere

14 mar, 2023 - 17:22 • Pedro Castro Alves , Inês Braga Sampaio com Redação

Jorge Fernandes desmente Telma Monteiro, que o acusou de continuar a usufruir do cargo de que foi destituído, faz balanço positivo do mandato e reforça intenção de se recandidatar.

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O presidente destituído da Federação Portuguesa de Judo (FPJ), Jorge Fernandes, garantiu, esta terça-feira, que não continua a tirar proveito do cargo, apesar de estar ao corrente do dia a dia do organismo e das contas do programa olímpico, e manteve que será novamente candidato.

A audição de Jorge Fernandes na comissão parlamentar de cultura, comunicação, juventude e desporto, sobre a polémica que resultou no seu afastamento da FPJ, ficou marcada pelas perguntas insistentes sobre o porquê de estar tão por dentro da atividade diária do organismo e, até, das contas correntes. O ex-presidente explicou que tivera o cuidado de se informar, de modo a estar preparado para as questões dos deputados, que mostraram, ainda assim, incredulidade com as respostas dadas.

Ainda assim, Jorge Fernandes desmentiu Telma Monteiro, que o acusou de continuar "a usar recursos da Federação, a estar presente nas competições e a mandar nos funcionários da Federação".

"Não tenho nada a ver [com a FPJ] desde o dia 18 de dezembro. Não lhe posso responder como é que ela está a ser gerida, naturalmente. Está uma direção, está um grupo de pessoas que está a gerir e que está a manter a Federação. Não posso responder a isso", assegurou o ex-presidente, na audição solicitada pelo grupo parlamentar do PS.

Confrontado com o facto de se ter deslocado ao Parlamento numa viatura da FPJ, Jorge Fernandes frisou que recebera autorização para o fazer: "Não vim como presidente destituído. Eu vim no carro da Federação, pedi autorização, tenho essa autorização para vir no carro da Federação."

Face à destituição do presidente, em dezembro, estão marcadas eleições para os órgãos sociais da FPJ. Inicialmente, estavam agendadas para o dia 18 de fevereiro, mas foram desconvocadas pelo tribunal. Jorge Fernandes mantém a intenção de ser recandidato.

"Não vejo porque é que eu não havia de ser. Não cometi nenhum erro. O que eu acho é que deve ser visto e analisado o que está para trás, o que é que nós fizemos durante o mandato de seis anos", sublinhou.

Jorge Fernandes faz um balanço positivo da sua passagem pela Federação Portuguesa de Judo, apesar das críticas dos atletas.

"Já aqui [na comissão] foi dito algumas vezes que o judo está mal. Quer dizer, não é bem assim. Há ruído, mas ainda não entrou na equipa ou na Federação. Ruído é do lado de fora. Se vocês forem a ver as competições que têm decorrido, verão que são os melhores resultados de sempre que eles continuam a ter", defendeu o presidente cessante da FPJ.

A preparação olímpica para Paris 2024 "não foi afetada em nada" e "continua tudo a correr normalmente", segundo sabe Jorge Fernandes.

Investimento não é suficiente para preparação olímpica


Telma Monteiro disse que o investimento que é feito na Federação "é suficiente" para ser feita uma boa preparação para os Jogos Olímpicos, porém, "quem lá está gere os recursos financeiros de forma negligente".

Versão contradita por Jorge Fernandes, que sabia quanto é que os atletas que estão no programa olímpico gastaram até ao dia de hoje e para quem "as verbas não chegam e ninguém consegue fazer omeletes sem ovos".

"Dão 30 mil euros para a preparação de um atleta, até aqui era 25 mil. Alguns gastaram 45 mil e, em 2019, antes da pandemia, havia dois atletas que já tinham ultrapassado os 50 mil euros. Portanto é impossível, porque a gente tem de ir buscar dinheiro a algum lado", vincou.

[notícia atualizada às 18h29]

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