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Jornada Mundial da Juventude

JMJ Lisboa “mudou a forma de olhar para a deficiência”

08 mai, 2024 - 23:15 • Ângela Roque

Replicar boas práticas da Jornada Mundial da Juventude é o objetivo do ‘Diário de Atenção à Deficiência’. Carmo Diniz, que liderou o Gabinete de Diálogo e Proximidade na JMJ, fala num manual “útil” para ajudar a mudar mentalidades, com “exemplos e medidas concretas” de como acolher e contar com quem é diferente.

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A atenção à deficiência foi uma das marcas da Jornada Mundial da Juventude de 2023, em Lisboa. As boas práticas conseguidas no acolhimento e participação dos jovens com algum tipo de incapacidade está agora disponível numa espécie de manual: é o ‘Diário de Atenção à Deficiência’, que já pode ser consultado online.

Em entrevista à Renascença, Carmo Diniz - responsável pelo Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência da Igreja Católica, e que esteve à frente do Gabinete de Diálogo e Proximidade na JMJ - diz que a experiência da Jornada já está a dar frutos, e acredita que este ‘diário’ vai ser uma ajuda preciosa em futuros eventos.

“Com certeza que este documento será útil para a organização de outras Jornadas, mas será especialmente útil para a forma como a Igreja olha para a deficiência e a vontade que tem de acolher e promover a participação das pessoas com deficiência na Igreja”, refere, acrescentando não ter dúvidas de que ajudará também “o resto da sociedade a poder olhar para a deficiência de uma maneira diferente”.

Carmo Diniz acredita que a JMJ conseguiu passar a mensagem de que na Igreja - e não só - é preciso investir no acolhimento e na participação ativa de quem tem dificuldades físicas ou intelectuais. “Uma pessoa portadora de deficiência poder participar na vida da Igreja ou da sociedade tem um valor muito grande, que traz bem para a sociedade!Temos um grande desejo de que esta mensagem tenha ficado firme, tal como a do acolhimento, e de ter havido preocupação com esse acolhimento”.

“Numa condição de deficiência é necessário haver meios para que a participação seja igualitária, que a pessoa tenha todas as condições de participar... eu diria que quer o acolhimento, quer a participação ativa, são as duas grandes mensagens que ficam da JMJ”.

Para a diretora do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência da Igreja Católica, a participação ativa “é muito, muito importante e precisa de ser estimulada”, e garante que isso já está a acontecer na Igreja em Portugal neste pós-Jornada.

Na Diocese de Lisboa, por exemplo, houve uma reflexão, coletiva, em que os jovens se propuseram a verificar as acessibilidades das igrejas todas em Lisboa. Mas, se formos ver os relatórios do Sínodo, nomeadamente o mais recente, que a Conferência Episcopal publicou, também vemos a referência ao acolhimento e à participação das pessoas com deficiência. E se virmos a Síntese Diocesana de Lisboa, também encontramos essa referência. Por isso, eu acho que esta atenção à deficiência vem da experiência positiva que foi a Jornada Mundial da Juventude”.

Carmo Diniz explica que o ‘Diário’, agora disponível online, resume o trabalho coletivo que não foi só do Comité Organizador Local (COL) da JMJ, envolveu vários parceiros, dentro e fora da Igreja, para que a Jornada fosse o evento inclusivo que foi. E agradece o empenho de tanta gente. “Foi um esforço muito grande de muitos parceiros, instituições e pessoas individuais”, sublinha.

O sentimento neste momento é de uma grande gratidão, porque só foi possível acolher e ter esta atenção às pessoas com deficiência na Jornada Mundial da Juventude, porque houve muitas pessoas que se empenharam para que isso acontecesse. Foi um processo muito bonito e generoso, que mudou a forma de olhar para a deficiência. Eeste Diário traz exemplos e medidas concretas para podermos, no futuro, viver numa sociedade mais inclusiva”.

O “Diário” pode ser consultado nos sites do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência, da Conferência Episcopal Portuguesa, e do Serviço Diocesano de Lisboa e também aqui na Renascença.

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