Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Ciclismo

Mundiais. João Almeida lidera seleção portuguesa sem mulheres

16 set, 2022 - 10:10 • Redação com Lusa

Quinto classificado da Vuelta lidera quarteto de elites, com os irmãos Ivo Oliveira e Rui Oliveira e o experiente Nelson Oliveira. João e Nelson entram no contrarrelógio e na prova de fundo.

A+ / A-

João Almeida, nos elites, e António Morgado, nos juniores, encabeçam a seleção que, sem qualquer mulher e com menos inscritos do que permitido, irá representar Portugal nos Mundiais de ciclismo de estrada, que arrancam no domingo em Wollongong, Austrália.

Quinto na Volta a Espanha, Almeida chega motivado a uma prova que lhe pode agradar, liderando um quarteto de elites - quando podiam estar presentes seis representantes nacionais -, que conta com dois colegas de equipa na UAE Emirates, os irmãos Ivo Oliveira e Rui Oliveira, e o experiente Nelson Oliveira (Movistar).

O ciclista das Caldas da Rainha tem concentrado a atenção mediática do ciclismo português, somando já três "top 10" em Grandes Voltas, desde 2020, e chega à Austrália acompanhado de dois gregários que conhece bem.

Campeão nacional de fundo, Almeida, de 24 anos, venceu duas etapas em corridas espanholas, este ano, e desde 2021 que tem apurado a pontaria em provas de um dia como a de Wollongong, uma categoria na qual os irmãos Oliveira também se têm especializado, como trabalhadores ao serviço de um líder.

A fechar a equipa está Nelson Oliveira, o mais experiente dos quatro convocados e um homem habituado aos Mundiais, nos quais se tem destacado com vários "top-10" no contrarrelógio – em 2017, ficou à porta do pódio, no quarto lugar.

Medalhado em escalões jovens, vai somar o 11.º campeonato do mundo de elites da carreira, a que junta participações olímpicas, a última delas em Tóquio 2020, já ao lado de João Almeida.

Os quatro vão participar na prova de fundo masculina de elite, enquanto João Almeida e Nelson Oliveira vão também representar Portugal no contrarrelógio, logo no domingo, quando arranca a competição em solo australiano.

Seleção portuguesa sem mulheres


Aquando do anúncio dos convocados, sem qualquer ciclista feminina, quando podiam estar três elites e quatro juniores, e após não se apurar ninguém em sub-23 masculino, a Federação Portuguesa de Ciclismo escudou-se nas “especiais exigências logísticas e orçamentais” do evento.

De resto, entre os problemas logísticos surgiram também as complicações também sentidas por algumas das principais seleções, como a Espanha, uma vez que as equipas "prenderam" ciclistas por causa da luta pela manutenção no WorldTour, caso, no grupo luso, de Ruben Guerreiro (EF Education-Easy Post).

“A equipa autorizou-me, num primeiro momento, a correr o Campeonato do Mundo, mas no acabou por mudar de ideias e não me deixar ir. Querem que me foque na Volta à Lombardia, e consideraram que a viagem depois do Mundial podia afetar a preparação”, explicou à Lusa.

Quanto à participação feminina, a história de Portugal em Mundiais, nos últimos 10 anos, conta-se pela intermitência: em 2021, Daniela Campos e Maria Martins representaram as cores nacionais na Bélgica, depois de ninguém o ter feito em Itália, em 2020.

Em 2019, Tata Martins estreou-se nestes campeonatos, pondo fim a um jejum de três anos, desde Daniela Reis, que tinha estado em 2014 e 2015; antes, ninguém em 2012 e 2013.

Conheça o traçado de Wollongong


A prova de fundo para elites conta com 266,9 quilómetros, passando pelo monte Keira e depois por um circuito de 12 voltas, com ascensões mais leves, perfazendo 3.945 metros de desnível positivo acumulado a fechar os Mundiais, no dia 25.

No contrarrelógio, 34,2 quilómetros sem grandes dificuldades, Portugal terá dois especialistas mas num percurso que não lhes assenta tão bem, enquanto na corrida de elite terá de jogar com as ambições das seleções mais fortes.

Ainda assim, o selecionador nacional, José Poeira, destacou, aquando do anúncio da convocatória, que contará com corredores do WorldTour, de “qualidade inquestionável”.

Nos juniores, as perspetivas são ainda mais altas, uma vez que António Morgado lidera um quinteto que inclui dois colegas de equipa da Bairrada, Daniel Lima e Gonçalo Tavares, além de José Bicho (Almodôvar-SCAV) e Tiago Nunes (Silva & Vinha-ADRAP-Sentir Penafiel).

Morgado, que estará também no crono com Tavares, no dia 20, é um dos favoritos na prova de fundo, de 135,6 quilómetros, disputada no dia 22, depois de um 2022 em grande nível: já este mês, venceu o 46.º Giro della Lunigiana, corrida para seleções jovens em Itália, e tem mostrado nível dentro e fora do país.

O jovem, que em 2023 vai correr pela fábrica de talentos norte-americana Hagens Berman Axeon, assim como Gonçalo Tavares, é campeão nacional júnior de fundo e contrarrelógio, depois de vencer a Volta a Portugal de juniores, a Volta ao Douro em Espanha, e ser segundo no Troféu Centre Morbihan, na Corrida da Paz e na Gipuzkoa Klasikoa, tendo sido quarto na Volta ao Pays de Vaud.

Programa de Portugal nos Mundiais


- 18 setembro, domingo:

Contrarrelógio individual (elite masculina), 34,2 kms - 4h40

- 20 setembro, terça-feira:

Contrarrelógio individual (juniores masculinos), 28,8 kms - 4h20

- 22 setembro, quinta-feira:

Prova de fundo (juniores masculinos), 135,6 kms - 23h15

- 25 setembro, domingo:

Prova de fundo (elite masculina), 266,9 kms - 1h15

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+