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Kika Nazareth. “Orgulho e frustração” após saída da Champions

28 mar, 2024 - 21:09 • Redação

Jogadora é madrinha do torneio Ibercup, chama "monstro" a João Neves e elogia os dérbis com o Sporting.

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A avançada Kika Nazareth tem sentimentos mistos depois de o Benfica ter sido eliminado dos quartos de final da Liga dos Campeões feminina: “orgulho e frustração”.

“Orgulho, frustração, diria. Dói sempre mais. Nós há dois anos perdemos 5-0 com o Lyon em casa, perdemos 5-0 com o Lyon fora. Uma derrota dói sempre, seja por um, por dois ou por três, mas quando sabemos que ainda não temos hipóteses, dói menos. Agora, quando temos a noção que já há competência, já há capacidade, talento, já conseguimos fazer frente a este tipo de equipas, a dor é mais amarga”, referiu à margem do torneio Ibercup.

Apesar disso, a jogadora das encarnadas acrescenta: “Não nos podemos deixar ir abaixo, temos agora várias competições, vários jogos pela frente. Há que realçar o que fizemos na Liga dos Campeões, com apenas de 5/6 anos de projeto de futebol feminino, é brutal. E o futuro há-de ser seguramente risonho.”

O Benfica chegou pela primeira vez aos quartos de final da Liga dos Campeões feminina, mas foi batido pelo Lyon, por 1-2 e 1-4.

Já as próximas partidas da equipa da Luz vão ser contra o Sporting, primeiro para a Taça de Portugal e depois para o campeonato.

Kika Nazareth mostra-se desejosa de jogar e ganhar estas partidas contra as leoas.

“Sem desvalorizar qualquer equipa da liga portuguesa ou do mundo, não há jogo que me dê tanto gosto jogar como um dérbi. Acredito que por ter muitas amigas no Sporting, por ter crescido num ambiente Benfica, em que os jogos mais emocionantes eram estes. Claro que temos que entrar em todos os jogos para ganhar, mas este mexe um bocadinho mais connosco”, referiu.

A número 10 das águias não tem dúvidas: “Vai ser um jogo bom. O futebol feminino em Portugal já demonstrou que temos qualidade.”

A atleta aproveita para reafirmar elogios a João Neves, médio titular aos 19 anos no Benfica. “Tem a delicadeza, a tranquilidade, e ao mesmo tempo é um monstro, no bom sentido, leva tudo à frente”.

Kika Nazareth, madrinha da Ibercup, “cargo” que considera “uma responsabilidade” porque já há “muitas meninas e muitos meninos, que tenho noção que já me veem como um exemplo”.

São mais de 300 equipas a participar. A jogadora do Benfica lembra a importância deste tipo de torneios: “É dar competitividade às miúdas, sem muitas regras. É o melhor conselho que posso dar. Nesta idade não nos podemos prender muito à parte tática, é deixá-las jogar e divertirem-se, sempre com o objetivo de ganhar, obviamente. E de certeza absoluta sairão muitos talentos daqui. Acredito que por estes torneios e por estas envolvências todas, muitas meninas saem daqui com muitas capacidades.”

Já Luís Dias, ex-coordenador da formação do Sporting, também esteve na Ibercup e elogia a formação dos leões e lembra um “caso muito curioso”. “O Eduardo Quaresma sempre foi um jogador em quem se depositavam muitas esperanças, mas o Gonçalo não era assim tanto, mas o que é certo é que estão os dois num bom momento de forma. É espero que o Gonçalo esteja no Europeu, a bem do futebol português e do futebol de formação em Portugal.”

Por falar em Europeu, Cristiano Ronaldo deverá voltar a marcar presença numa fase final.

“O Cristiano é um exemplo para os mais jovens. É alguém que não deita a toalha ao chão, que não abdica de trabalhar todos os dias no máximo. É rezar para não haver lesões, porque de facto começa a entrar numa idade em que a recuperação dos esforços já não é fácil, há muitas viagens, muitas concentrações, quer no clube quer na seleção. É gerir um pouco para chegar nas melhores condições ao Europeu. Gostemos ou não, é um exemplo para todos os jovens.”

Este especialista deixa conselhos: “Um jovem para crescer tem que treinar e jogar com regularidade. Obviamente, estes torneios quando há paragem escolar são muito importantes, porque permitem ter grande densidade de competição, com jogadores e equipas que habitualmente não competem. Juntam-se aqui jovens e equipas do mundo inteiro. Aprendem a jogar, a competir, conseguem evoluir enquanto jogadores, mas sobretudo como alunos e como pessoas”.

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