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Von der Leyen projeta Europa mais forte, competitiva e que rejeita a polarização extrema

18 jul, 2024 - 08:23 • João Malheiro , Pedro Mesquita, enviado da Renascença em Estrasburgo

Presidente da Comissão Europeia promete um novo plano industrial verde a ser apresentado nos primeiros 100 dias do seu novo mandato, se for reeleita.

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Ursula von der Leyen perspetiva uma Europa mais "forte", "competitiva" e que "rejeita a polarização extrema" para se manter unida.

Num discurso em sessão plenária do Parlamento Europeu no dia em que tenta a reeleição na liderança da Comissão Europeia, von der Leyen demonstrou-se "preocupada" com a tendência que procura criar divisões entre a sociedade, mas aponta que a Europa não "pode aceitar demagogos que nos procuram fragmentar".

Von der Leyen demorou pouco tempo a percorrer o trabalho feito, apontou sobretudo os seus caminhos para o futuro e para os problemas atuais. Declara-se pronta a liderar essa batalha, tendo em consideração as preocupações que lhe foram transmitidas pelas diversas famílias politicas.

"Vivemos num momento de grande ansiedade. Habitação, ambiente, perspetiva de guerra. E tudo é usado como arma e é polarizado. Mas acredito que uma Europa forte pode enfrentar este desafio", refere.

Perante os eurodeputados, a ainda Presidente da Comissão Europeia defende que tem de ser a Europa a "definir o seu futuro" e que para escolher o futuro da comunidade, será necessário reconhecer os desafios da atualidade.

"Seremos definidos por eventos à nossa volta ou iremos definir o nosso futuro? Não podemos controlar ditadores, mas podemos escolher proteger a Democracia. A Europa não pode evitar guerras, mas pode escolher investir na sua Defesa", defende.

Ursula von der Leyen anunciou a vontade de apresentar um plano industrial verde nos primeiros 100 dias do seu novo mandato, caso seja reeleita esta quinta-feira pelos eurodeputados. O objetivo é "fazer a diferença para os nossos filhos e os netos", numa questão de "justiça intergeracional".

E, de resto, a Presidente da Comissão Europeia realça números que apontam que o futuro deve mesmo passar por um investimento na economia verde: "Na primeira metade do ano, 50% da nossa eletricidade veio de energias renováveis. Investimentos em tecnologia verde triplicou. Atraíamos mais investimento do que os EUA e China juntos".

Se é verdade que a Europa está a descarbonizar-se, igualmente encontra-se a industrializar-se, o que leva von der Leyen a procurar dar "previsibilidade e confiança" às empresas. E não deixa de lançar uma crítica direto a Putin: " Não me esqueci de como fomos chantageados. Mas mantivemo-nos juntos e apostamos em energias verdes que nos permitiu libertar dos combustíveis fósseis russos".

A Presidente da Comissão Europeia desferiu uma violenta critica à visita que Viktor Orbán fez há dias a Moscovo, sublinhando que, ao contrário do anunciado, não se tratou de uma missão de paz "e que alguns estão a jogar sozinhos".

"Precisamos de uma Europa forte que implementa o que acredita, que mantém os alvos do European Green Deal. Ouvi cada força democrática deste parlamento e acredito que as nossas metas refletem o que temos em comum, apensar das nossas diferenças saudáveis", acrescentou.

Em termos económicos, von der Leyen aponta que a Europa precisa de ser mais competitiva, sob pena de "ficar para trás".

A ainda Presidente da Comissão Europeia quer que o continente "acelere", "expanda o mercado externo e reduza a burocracia" e aponta as pequenas e médias empresas como o "coração" da economia europeia.

"Este mandato tem de ser o tempo do investimento. Não só investimento privado, mas também fundos públicos. O nosso novo orçamento deve ter mais capacidade de investimento", apontou, ainda.

Von der Leyen garantiu que a União Europeia ficará ao lado da Ucrânia, enquanto for necessário e acrescentou que é preciso criar uma comunidade europeia da Defesa, incluindo a construção de um escudo aéreo.

Foi um longo discurso de quase uma hora. Agora, só à hora de almoço é que os eurodeputados vão decidir se Ursula sucede a Ursula…ou se vem aí uma crise politica sem precedentes no topo da União Europeia.

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