27 fev, 2021 - 16:33 • Lusa
O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) tem “a certeza” de que o Conselho de Arbitragem (CA) não passará um “atestado de incompetência” aos árbitros portugueses, chamando estrangeiros para encontros de Ligas nacionais.
Segundo a edição deste sábado do jornal "A Bola", o CA está a preparar um programa de intercâmbio com “um país relevante do futebol europeu” que levará a que os jogos das ligas profissionais portuguesas tenham árbitros estrangeiros já a partir da próxima época. Contudo, Luciano Gonçalves prefere “aguardar para perceber a dimensão e intenção deste protocolo”.
“Temos a certeza que o presidente do Conselho de Arbitragem [José Fontelas Gomes] não aceitará que possa ser passado um atestado de incompetência aos nossos árbitros”, reagiu o presidente da APAF em declarações à agência Lusa.
O líder da associação de árbitros garantiu que a APAF “não foi consultada” sobre este tema, do qual soube “através dos jornais”. Algo que considera ser “grave” e com um sentido de oportunidade, “no mínimo, discutível”.
Luciano Gonçalves acredita que o programa de intercâmbio de árbitros até “pode fazer sentido”, mas apenas “ao nível da formação”.
“Mais do que isso é apenas desvalorizar os nossos árbitros e as nossas competições”, considerou o presidente dos árbitros.
Luciano Gonçalves sublinhou que os árbitros portugueses são “muito competentes" tanto para as provas nacionais, como "para todas as grandes competições internacionais".
“Confiamos nos nossos árbitros de futebol e futsal a 100% e temos imenso orgulho no seu profissionalismo, mesmo sabendo que existe caminho para melhorar e que existirá sempre margem para sermos melhores do que ontem”, frisou.
De resto, Luciano Gonçalves lamentou que não se fale “dos problemas de base da arbitragem” e criticou o que aparenta ser uma tentativa de “resolver os problemas pela opinião pública e pelos media”.
“O importante e urgente é dotar o nosso futebol e os nossos árbitros com todas as competências e condições para que se tenha um futebol melhor. Com melhores regulamentos, com melhores condições, mais foco na política desportiva e menos na política de distração”, apontou o dirigente associativo.