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Futebol internacional

Miguel Cardoso e a final da Champions africana: "Trabalhar num grande era uma ambição. O destino quis que fosse na Tunísia"

24 mai, 2024 - 10:25 • Rui Viegas

O Espérance de Tunis vai disputar este sábado a segunda mão da final da Champions contra o Ah-Ahly. Em conversa com Bola Branca, Cardoso reconhece que está a viver uma "aventura incrível" e o "ponto altíssimo" da carreira.

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Miguel Cardoso está a 90 minutos da glória africana. O treinador, nascido na Trofa há 51 anos, é o treinador do Espérance de Tunis, o clube da Tunísia que no sábado vai, diante do Al-Ahly, tentar conquistar a Liga dos Campeões africana.

A primeira mão, jogada em casa, no El Menzah, ditou um empate a zero contra o clube egipcío treinado pelo suíço Marcel Koller. Do lado de Cardoso estão dois brasileiros: Rodrigo Rodrigues, que até marcou uns golos no Vilafranquense, e Yan Sasse.

Em declarações a Bola Branca, o treinador português confessa que se trata de um “ponto altíssimo” da carreira. “Depois de duas finais, uma na Liga Europa como adjunto e outra na Youth League no Shakhtar, disputar agora uma Champions representando um país como a Tunísia, com história no futebol na maior competição de clubes de África, é brutal.”

E continua: “Naturalmente, é um feito desportivo assinalável. Estamos a falar de um continente com um conjunto de equipas que, em Portugal, provavelmente desconhecemos e não temos noção nenhuma da grandeza e dimensão futebolística”.

O jogo com o Al-Ahly será complicado. “Há a expectativa de competir ao mais alto nível com eles, sabendo o respeito que temos de ter pelo adversário, mas esse respeito significa o respeito que temos de ter por nós próprios, pelo caminho que foi feito, pelos nossos jogadores”, explica o técnico que não treina em Portugal desde 2020/21, quando treinou o Rio Ave pela segunda vez.

O Al-Ahly, onde Manuel José conquistou quatro Champions, leva 11 exemplares no museu (1982, 1987, 2001, 2005, 2006, 2008, 2012, 2013, 2020, 2021 e 2023). É a maior potência do continente, muito à frente dos também egípcios do Zamalek, com cinco triunfos, quatro deles ainda no século XX.

Depois de um 0-0, segue-se agora um jogo que é como uma final tradicional na verdade, observa este técnico. “Será em casa do adversário, perante 60 mil pessoas. Teremos de aproveitar as oportunidades que o jogo nos der e temos de as criar, para sermos o mais competentes possível e conseguirmos, de facto, o que seria o corolário de uma campanha extraordinário.”

Em conversa com a Renascença, Miguel Cardoso reconhece que esta aventura pela Tunísia tem sido “incrível” e que está encantado com a forma “apaixonada” como os africanos vivem o futebol.

O treinador tem mais um ano de contrato, mas admite que vai sentar-se com o clube no final da época. “Esta exigência de ganhar todos os dias só é comparada, em Portugal, aos grandes. Trabalhar num clube grande era uma ambição. O destino quis que fosse na Tunísia.”

É por isso que este português não imagina voltar para já ao seu país. Ainda por cima vai liderando a liga tunisina. “O imediato passa pelo Espérance, é muito difícil depois de viver estas emoções, jogando permanentemente com os estádios cheios, ter a intenção de voltar a Portugal.”

No passado, Miguel Cardoso passou por clubes como Sp. Espinho, FC Porto, Belenenses, Sp. Braga, Académica, Deportivo, Sporting, Shakhtar, Rio Ave, Nantes, Celta de Vigo e AEK, seja como treinador de formação, preparador físico, adjunto ou treinador principal.

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