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Cristiano Ronaldo sente-se "traído" pelo Manchester United

13 nov, 2022 - 22:18 • Redação

Português acusa o clube de estar "parado no tempo" e diz que perdeu respeito por Ten Hag depois de o treinador ter mostrado pouca sensibilidade durante um difícil momento pessoal. "Se não me mostras respeito, eu não vou respeitar-te", declara.

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Cristiano Ronaldo sente-se "traído" pelo Manchester United e aponta o dedo ao treinador, Erik ten Hag, que diz não o ter respeitado.

"As pessoas deviam ouvir a verdade. Sim, sinto-me traído e sinto que algumas pessoas não me querem aqui. Não só este ano, mas também no ano passado", declara o internacional português, em entrevista ao jornalista britânico e amigo pessoal Piers Morgan. A entrevista será transmitida na TalkTV, do Reino Unido, na quinta-feira.

Cristiano Ronaldo dirige fortes críticas a Ten Hag. Segundo o avançado, de 37 anos, o treinador neerlandês não mostrou sensibilidade para com ele depois de a filha, de três meses, ter estado doente e hospitalizada, situação que levou a que falhasse o arranque da pré-época.

"Foi o período mais difícil da minha carreira, tanto pessoal como profissionalmente. Fizeram de mim a ovelha negra. Eu não respeito o treinador porque ele não me respeitou. Se não me mostras respeito, eu não vou respeitar-te", sublinha o capitão da seleção nacional.

O português alega que "não só o treinador" o tentou forçar a deixar o Manchester United. Também diz ter sido alvo de pressão de "duas ou três pessoas" na estrutura do clube inglês: "Senti-me traído."

O "desconhecido" Rangnick e Rooney


Cristiano Ronaldo também se atira a Ralf Rangnick, treinador dos "red devils" na temporada passada e que, esta época, assumiu o cargo de diretor desportivo. Também com o alemão o jogador se desentendeu.

"Depois de despedirem o Ole [Gunnar Solskjaer], trouxeram o diretor desportivo Ralf Rangnick, algo que ninguém percebeu. Este tipo nem sequer é treinador, um grande clube como o Manchester United contratá-lo não surpreendeu só a mim, mas também o mundo inteiro. Como é que ele poderia algum dia ser treinador do Manchester United? Nunca tinha, sequer, ouvido falar dele", revela o internacional português.

Também Wayne Rooney, antigo companheiro de Ronaldo no Manchester United e que, atualmente, treina os norte-americanos do DC United, está na mira do português, pelas críticas que lhe tem dirigido.

"Não sei porque é que ele me critica tanto. Talvez porque ele já acabou a carreira dele e eu continuo a jogar a um nível alto. Não vou dizer que sou mais bonito que ele. O que seria verdade", atira o avançado.

Manchester United "parou no tempo"


Nesta entrevista a Piers Morgan, Cristiano Ronaldo acusa o Manchester United de estar "parado no tempo" desde a saída de Sir Alex Ferguson.

"Desde que Sir Alex Ferguson saiu, não vi evolução no clube. O progresso foi zero. (...) Nada mudou. Surpreendentemente, nem a piscina, nem o jacuzzi... Até o ginásio [não mudou]. Até algumas coisas de tecnologia, a cozinha, os chefs, que são excelentes pessoas. O clube parou no tempo. Surpreendeu-me bastante. Pensava que ia ver coisas diferentes, tecnologia e infraestrutura diferentes, mas, infelizmente, vi muitas coisas que estava habituado a ver quando tinha 21, 22 ou 23 anos", critica.

Ronaldo cita Picasso para afirmar que "é preciso destruir para reconstruir" e garante que "não há qualquer problema" se o Manchester United quiser começar a renovação por ele, pois adora o clube:

"Amo o Manchester United, os adeptos, que estiveram sempre do meu lado. Mas se eles querem algo de diferente... Têm de mudar muitas, muitas coisas. Sir Alex sabe melhor do que ninguém que o clube não está no caminho que deveria estar. Ele sabe. Toda a gente sabe. As pessoas que não conseguem ver isso é porque não são cegas ou não querem ver."

Foi o "boss" que afastou CR7 do City


Cristiano Ronaldo confirma, ainda, que esteve para rumar ao Manchester City, no ano em que regressou ao United, e explica o que se passou.

"Segui o meu coração. Ele [Sir Alex Ferguson] disse-me: 'É impossível tu ires para o Manchester City' e eu disse: 'Ok, chefe'", conta.

Cristiano Ronaldo regressou na temporada passada ao Manchester United, ao fim de 13 anos. Na primeira época, marcou 24 golos em 38 jogos. Este verão, porém, apresentou-se tarde para a pré-época - justificou com um "problema familiar" - e teve um início complicado com Ten Hag.

A tensão transbordou a meio de outubro, na vitória do United sobre o Tottenham, por 2-0, a contar para a Premier League. Ronaldo percebeu que não ia entrar em campo e deixou o banco antes de o jogo terminar, atitude que foi classificada por Ten Hag como "inaceitável". O treinador neerlandês alegou, ainda, que o avançado se recusou a jogar. Ronaldo foi afastado da equipa e falhou o jogo seguinte, com o Chelsea.

Seis dias depois, no entanto, Ronaldo foi reintegrado e, segundo Ten Hag, o problema estava resolvido. Agora, contudo, a polémica volta a estalar. Fica cada vez mais difícil que o internacional português continue no Manchester United para lá da janela de transferências de janeiro.

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