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Obama diz que “não vai haver botas no chão” na Síria

30 ago, 2013 - 19:43 • Matilde Torres Pereira

Presidente não tomou ainda a decisão sobre a acção a tomar na Síria e está “a estudar diversas hipóteses”. Obama falou do "risco destas armas químicas virem a cair nas mãos de terroristas" e de serem usadas contra os Estados Unidos e os seus aliados.

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O presidente norte-americano, Barack Obama, declarou esta sexta-feira que "não vai haver botas no chão" na Síria, ou seja, qualquer intervenção por parte dos Estados Unidos no conflito não será feita com o envio do exército para o terreno.

O chefe de Estado disse, esta sexta-feira, numa conferência de imprensa na Casa Branca, que não tomou ainda a decisão sobre a acção a tomar na Síria e está “a estudar diversas hipóteses”. Qualquer intervenção será limitada no tempo, garante ainda Barack Obama.

A escolha dos Estados Unidos, defende Obama, segue-se "às imagens que nos chocaram a todos" do ataque da passada semana com armas químicas nos subúrbios de Damasco.

"Não podemos aceitar um mundo em que civis inocentes são gaseados. Isto afecta a segurança dos Estados Unidos e a dos aliados do nosso país: Israel, a Turquia e a Jordânia", afirmou. "Há o risco destas armas químicas virem a cair nas mãos de terroristas e de serem usadas contra nós."

"O mundo tem a obrigação de manter a norma contra o uso de armas químicas. Ainda não tomei a decisão sobre como irei fazer cumprir essa norma, mas tenho a minha Defesa a olhar para uma grande variedade de opções", afirmou ainda o presidente norte-americano.

"Em caso algum estamos a considerar qualquer tipo de acção militar que envolva uma campanha a longo prazo. A solução não será exclusivamente militar. Vou continuar a actualizar o povo americano à medida em que formos tendo mais informação", rematou o chefe de Estado.

Mais tarde, questionado pelos jornalistas, Barack Obama referiu a "ineficácia" das Nações Unidas e criticou a falta de acção por parte de outros países. "Todos dizem que alguma coisa tem de ser feita, mas ninguém o quer fazer."

"O mundo não pode ficar paralizado", apontou ainda o governante, defendendo que parte da sua "obrigação como líder no mundo" é a de actuar. "A minha preferência seria atacar", pontoou.

EUA contabilizam mais de 1.400 mortos por armas químicas
Já o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou esta sexta-feira que os ataques químicos por parte de forças do regime de Bashar Al-Assad nos arredores da capital síria, na semana passada, fizeram 1.429 mortos, incluindo mais de 400 crianças.

John Kerry descreveu o ataque como “um horror inconcebível”. O governo do presidente sírio, Bashar Al-Assad, já negou qualquer envolvimento no ataque, colocando a responsabilidade nos rebeldes.

Peritos da ONU estão esta semana no terreno a investigar o caso, ocorrido no passado dia 21, e já terão enviado dados concretos. John Kerry adiantou esta sexta-feira que as informações de que dispõe foram reunidas pelos serviços secretos norte-americanos, e que o país não vai aguardar pelas conclusões finais da ONU.

Os Estados Unidos estão a negociar uma intervenção na Síria para travar o uso de armas químicas por parte do governo contra civis sírios.

A guerra na Síria já fez mais de 100 mil mortos, dos quais pelo menos sete mil são crianças, e mais de quatro milhões de refugiados, de acordo com as Nações Unidas.

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