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Rússia invadiu a Ucrânia. O primeiro dia da nova guerra na Europa

24 fev, 2022 - 20:00 • João Malheiro

Segundo autoridades ucranianas, registaram-se 57 mortes e 169 feridos entre os soldados do país. Ainda segundo a Ucrânia, mais de 50 soldados russos morreram na sequência dos conflitos. Na Rússia, milhares saíram às ruas em protesto contra o início da guerra e muitos foram detidos pelas autoridades locais. Ocidente promete sanções "devastadoras".

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24 de fevereiro de 2022. 03h00. A hora do dia que assinalou o início de uma nova guerra na Europa.

A Rússia tornou real as informações que muitos não queriam acreditar e invadiu a Ucrânia.

Segundo autoridades ucranianas, até ao momento, registaram-se 57 mortes e 169 feridos entre os soldados do país. Ainda segundo a Ucrânia, mais de 50 soldados russos morreram na sequência dos conflitos.

A Renascença faz um balanço dos principais acontecimentos das primeiras horas de um conflito armado com um desfecho ainda incerto.

Putin anuncia "operação militar especial"

Foi por volta das 03h00 de Portugal continental, desta quinta-feira, que Vladimir Putin fez um anúncio ao povo russo e ao mundo.

Enquanto decorria a segunda reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, o presidente russo declarou que os confrontos entre as forças ucranianas e russas são “inevitáveis” e “apenas uma questão de tempo”. Falou numa "operação militar especial na Ucrânia" e ameaçou retaliar quem intervir.

Instantes depois, começaram a registar-se as primeiras explosões, em pelo menos cinco cidades da Ucrânia, incluindo na capital, Kiev.

A Rússia ataca por três frentes: terra, mar e ar. É o maior ataque a um estado europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

Segundo a Reuters, o número de ataques russos supera os 200 desde o início do dia.

O início da guerra. As imagens das primeiras horas de invasão russa à Ucrânia
O início da guerra. As imagens das primeiras horas de invasão russa à Ucrânia

Ucrânia declara Lei Marcial

Kiev acorda esta manhã ao som das sirenes após a invasão das tropas russas através da Bielorrússia.

O Presidente da Ucrânia confirma que a Rússia está a atacar a “infraestrutura militar” e os postos de fronteira ucranianos, e pede à população que não entre em pânico.

O espaço aéreo do país é fechado e a polícia deixa avisos à população através de megafones.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, escreve no Twitter que começou a “invasão em grande escala” da Ucrânia pela Rússia.

A reação de Portugal

O primeiro-ministro, António Costa, é o primeiro alto responsável de Portugal a reagir ao começo da guerra.

Via Twitter, às 05h45, o chefe do Executivo português condena "veemente" a ação militar da Rússia.

Mais tarde, num discurso feito ao país, António Costa avança ainda que está preparado um processo de retirada, que será ativado "se e quando for solicitado que assim aconteça". Os cidadãos que queiram sair da Ucrânia para Portugal "são bem-vindos", bem como os "seus familiares e amigos".

Entretanto, a embaixada de Portugal em Kiev aconselha os portugueses a sair da Ucrânia pela fronteira terrestre com território da União Europeia.

À Renascença, o Presidente da República condena a invasão do território da Ucrânia, assim como o ministro dos Negócios Estrangeiros.

A reação internacional

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi das primeiras vozes no plano internacional a reprovar a invasão russa à Ucrânia.

Em conferência de imprensa, Von der Leyen acusa Putin de estar a querer voltar atrás no tempo, até ao Império Russo, mas, com isso, põe em risco o futuro do povo russo.

O presidente da França, Emmanuel Macron condena "veemente" o ataque russo e sublinha que a França está solidária com a Ucrânia.

Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, diz-se "horrorizado" pelo início da guerra que classifica como "uma catástrofe" para o continente europeu e admite resposta militar.

E Joe Biden classifica o anúncio do presidente russo como um ataque “não provocado” e “injustificado” e lamenta que a Rússia tenha optado por uma guerra "premeditada".

G7 avançam com sanções "devastadoras" contra a Rússia.

Centenas de pessoas tentam abandonar Kiev

Centenas de pessoas tentam abandonar a capital da Ucrânia, à medida que a polícia local pede às pessoas para se refugiarem em bunkers.

Filas formam-se em supermercados - que vêem o seu stock a desaparecer rapidamente - multibancos e postos de combustível, para se prepararem para fugirem do conflito. Muitos sem destino certo.

“Vou levar as crianças para um lugar seguro”. Ucranianos tentam deixar Kiev após invasão russa
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Mercados abrem em queda

À medida que os mercados financeiros abrem, registam-se quedas sucessivas.

Na Rússia, a Bolsa de Moscovo tem uma queda história com uma perda superior a 30%, levando à suspensão da negociação.

No resto da Europa, praticamente todas as praças apresentam quedas superiores a 4%, com Lisboa a cair, esta manhã, mais de 3%.

Rússia toma controlo de Chernobyl

Depois de horas em combate, as forças russas tomam controlo da central nuclear de Chernobyl.

A Rússia quer controlar o reator nuclear de Chernobyl para sinalizar à NATO que não deve interferir militarmente no território, disse um conselheiro do gabinete presidencial ucraniano.

Milhares protestam na Rússia contra a guerra

Cerca de mil cidadãos russos saem às ruas de Moscovo, durante a tarde desta quinta-feira, para protestar contra o início de conflito. Muitos outros juntam-se, em 48 cidades.

As manifestações terminam em detenções por parte das forças policiais russas.

Mais de 1.195 pessoas foram detidas na sequência destes protestos, segundo o grupo de direitos humanos OVD-Info.

Mil detidos em 47 cidades russas. As imagens dos protestos antiguerra pelo mundo
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