31 dez, 2020 - 12:45 • Rui Viegas
Renato Paiva assume que tinha a expetativa de assumir o comando técnico da equipa principal do Benfica. O técnico de 50 anos, que vai orientar o Independiente del Valle, do Equador, assume que ficou com essa ambição quando Bruno Lage foi despedido, mas o convite não surgiu.
"Havia muita comunicação social a falar no assunto, porque entendiam que o treinador da B poderia substituir novamente o da A, nem que fosse interinamente. Senti que poderia ser o meu nome. Não foi, o presidente certamente tomou a melhor decisão para o clube. Pensei nisso, estava a treinar a B, era um momento de transição e pensei que poderia ser o escolhido. Respeito enorme, continuei focado e continuaria se não surgisse esta oportunidade", revela, a Bola Branca.
O treinador integrou os quadros técnicos do Benfica em 2005/06 e chegou ao futebol senior em 2018, para assumir a equipa B das águias, que representou até há dias, quando assumiu o projeto do Independiente del Valle, que considera irrecusável.
"Entendi que era uma tremenda oportunidade e só deixaria o Benfica por uma grande oportunidade. Permite-me lutar por títulos, o que não é um salto fácil saíndo do Benfica B, posso jogar competições internacionais. A filosofia e estrutura do clube é muito parecido ao Benfica, a academia é das mais fortes da América do Sul e isso pesou, porque eles querem o desenvolvimento da academia", explica.
O técnico acredita que não acusará a pressão de treinar, pela primeira vez, uma equipa principal: "Estive 16 anos no Benfica, na equipa B os títulos eram quase impossíveis, mas desde que treinei os sub-14 que existe pressão, sempre fez parte do dia-a-dia".
O antigo treinador da equipa B rejeita a confiança instalada na qualidade de jogo do Benfica e em Jorge Jesus. Renato Paiva recorda que é impossível treinar quando se joga de três em três dias e as melhorias serão visíveis quando o calendário acalmar.
"As pessoas não têm memória, é um treinador que, onde passou, deixou marca. Não é coincidência. Neste calendário onde se joga de três em três dias não há tempo para treinar, só se recupera. Ele precisa de fazer o que sabe melhor, que é treinar e desenvolver jogadores. Não há uma varinha mágica. As pessoas são fãs e escravas da ditadura dos resultados e quando o calendário ficar mais livre, veremos como o Benfica vai jogar", termina.