15 dez, 2022 - 19:00 • Pedro Valente Lima
Em 2014, depois da eliminação precoce no Mundial e da derrota caseira frente à Albânia, na partida inaugural da qualificação para o Campeonato Europeu de 2016, Paulo Bento dizia adeus à seleção nacional.
Na altura, o então selecionador da Grécia, Fernando Santos, viria a assumir as rédeas da "equipa das quinas" e dar a volta à falsa partida de Portugal na longa caminhada rumo àquela que viria a ser a maior conquista da história do futebol nacional.
Depois de sete vitórias consecutivas e de alcançar a qualificação direta para o Euro 2016 - a primeira vez desde o apuramento para o Mundial de 2006 -, Fernando Santos arrancava o Europeu com um empate frente à Islândia (1-1).
De empate em empate, com uma passagem em terceiro lugar na fase de grupos, prolongamentos e penáltis à mistura, Fernando Santos levaria a seleção nacional à final, em Paris.
Diante da seleção anfitriã, a França, e depois do nulo nos 90 minutos de tempo regulamentar, foi o tiro certeiro de Éder a dar o primeiro título de sempre de Portugal. Fernando Santos e a seleção nacional eram campeões europeus.
Depois da conquista do Europeu, Portugal viria a participar pela primeira vez na Taça das Confederações, em 2017. Na Rússia, Portugal chegou às meias-finais, mas sucumbiu nos penáltis frente ao Chile, depois do empate a zeros nos 120 minutos de jogo.
No primeiro Mundial do engenheiro, em 2018, Portugal protagonizaria um eletrizante empate no duelo ibérico com Espanha (3-3). Depois da magra vitória com Marrocos (1-0) e outro empate, desta vez com o Irão de Carlos Queiroz (1-1), Portugal passava em segundo.
Nos oitavos de final, a seleção cairia novamente, ao sair derrotada por 1-2 frente ao Uruguai.
De regresso a casa, Porto e Guimarães recebiam a primeira fase final da mais recente competição de seleções da UEFA: a Liga das Nações.
Depois de um triunfo por 3-1 sobre a Suíça nas meias-finais, a "equipa das quinas" conquistaria o título frente à seleção dos Países Baixos, pela margem mínima (1-0).
Desta feita, Fernando Santos conquistava o segundo troféu de futebol de séniores masculino da história de Portugal.
Na qualificação para o Euro 2020, Fernando Santos ultrapassou Luiz Felipe Scolari como selecionador com mais vitórias por Portugal, ao vencer o Luxemburgo por 2-0, amealhando o seu 43.ª triunfo à frente da seleção.
Com a pandemia da Covid-19 a adiar nova edição do Europeu de futebol, Fernando Santos ainda chegaria aos 75 jogos como timoneiro da "equipa das quinas", batendo o recorde de Scolari, com 74.
Já no Euro 2020, realizado em 2021, Portugal passava a fase de grupos novamente em terceiro, mas naquele que era considerado o "grupo da morte", com uma vitória sobre a Hungria (3-0), uma derrota com a Alemanha (2-4) e um empate diante da França (2-2).
Mas, mais uma vez, Portugal cairia nos "oitavos" de uma competição. A Bélgica, com um golo solitário de Thorgan Hazard (0-1), eliminaria o então campeão europeu.
Este ano, a seleção de Fernando Santos ainda prometeu no Mundial do Qatar. Depois de duas vitórias na fase de grupos - o melhor registo do engenheiro em fases finais de Europeus e Mundiais -, Portugal chegava aos "quartos" depois de um avassalador 6-1 diante da Suíça.
Com a vitória frente aos helvéticos, tornava-se o primeiro selecionador de nacionalidade portuguesa a atingir os quartos de final de um mundial.
No entanto, a derrota com a seleção sensação deste Campeonato do Mundo ditaria o adeus de Fernando Santos da seleção. Portugal perdeu com Marrocos por 0-1 e acabou por voltar mais cedo a casa.
Cinco dias depois da eliminação do Mundial de 2022, e oito anos depois de ter assumido o cargo, Fernando Santos deixa os comandos da seleção com, apesar de tudo, o melhor registo de um treinador da "equipa das quinas".
Em 109 jogos, o engenheiro colecionou 68 vitórias, 21 empates e 20 derrotas.