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António Figueiredo. Discurso de exigência era "conversa" de Rui Costa

12 jan, 2022 - 13:15 • Luís Aresta

Antigo vice-presidente do Benfica espera que Rui Costa esclareça o fracasso da época passada e o romance Flamengo-Jorge Jesus, um "fantasma que se matou a si próprio".

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Em dia de entrevista de Rui Costa à BTV, o antigo vice-presidente do Benfica António Figueiredo puxa a fita atrás, pergunta onde está o rigor e reclama ao agora presidente explicações para o insucesso do futebol encarnado na \ultima temporada.

Em entrevista a Bola Branca, António Figueiredo recorda que, ainda como segunda figura do clube, Rui Costa deu outra entrevista à BTV em que disse que "no final da época passada se iria ver quem tinha caráter para jogar no Benfica".

"Foi o que se subentendeu da conversa dele e, na realidade, isso não teve consequências nenhumas” observa o antigo vice-presidente.

António Figueiredo faz notar que Rui Costa “nunca veio junto dos sócios explicitar porque é que a época passada foi o desastre que foi”.

Por outro lado, “estar na Champions League é um objetivo conseguido porque na época passada se falhou redondamente".

"Bastava ter ficado em segundo lugar para não ter de realizar mais quatro jogos do que os nossos adversários", com desgaste associado, sustenta.

Na opinião do antigo dirigente, a época 2020/21 foi "um desastre completo, como há muito tempo não se via no Benfica”. É imperioso que Rui Costa esclareça “o que é que vai ser o futuro”, porque, para qualquer benfiquista, “o segundo lugar é o primeiro dos últimos”.

"Novela Jorge Jesus" carece de explicação aos sócios do Benfica


Da memória dos benfiquistas não se apaga a forma humilhante como a equipa foi goleada pelo FC Porto e eliminada da Taça de Portugal.

Porém, na opinião de António Figueiredo, pior foi tudo aquilo a que se assistiu nos dias que antecederam esse clássico.

“O Benfica não pode perder daquela forma”, mas “uma derrota acontece a qualquer um”, assinala, antes de se interrogar sobre “todo o romance com os dirigentes do Flamengo, toda aquela conversa e o Benfica impávido a assistir aquilo tudo".

"Acredito que o Rui tenha tido conhecimento, tenha dado até autorização para que o Jorge Jesus falasse”, declara.

Para o sócio e antigo dirigente dos encarnados, Rui Costa “deve dar uma justificação sobre o que levou o Benfica a não intervir", levando a que o país e em especial os sócios e adeptos do Benfica fossem "assistindo a todo o romance pela comunicação social”.

Treinador não é tema que preocupe, porque o "fantasma" se matou a si próprio


Se há tema que não preocupa António Figueiredo é a questão do treinador, porque, “Nelson Veríssimo já deu provas de que é competente”.

Para além disso, o recém-promovido dos B a treinador da equipa principal depara-se com um cenário que, não sendo um sonho, está longe do pesadelo vivido por Rui Vitória e Bruno Lage.

Nesta entrevista, António Figueiredo coloca como denominador comum a ambos os treinadores “a sombra que pairou no ar do ‘fantasma Jorge Jesus’, prejudicial quer a Rui Vitória, quer a Bruno Lage".

"Felizmente esse fantasma morreu, porque o próprio Jorge Jesus matou o seu fantasma", assinala com alguma ironia o antigo dirigente.

Assembleia Geral para esclarecer os sócios sobre a auditoria ao Benfica


Nesta entrevista à Renascença, António Figueiredo diz esperar que, nesta aparição perante as câmaras da BTV, Rui Costa esclareça, no essencial, “qual a empresa que está a fazer a auditoria, a que período e ‘universo Benfica’ se refere e quando é que os associados vão ter acesso aos resultados”.

Trata-se, na sua opinião, de “perguntas que pairam no ar e que seria bom que fossem esclarecidas".

"Embora isto seja uma entrevista pública, sendo ajuizado que o Rui Costa não fale", reconhece, e adita que, para além desta entrevista, o presidente do Benfica "deve marcar uma assembleia geral e dar um esclarecimento aos sócios”.

Benfica como "assistente" nos casos que envolvem o nome do clube nos tribunais


António Figueiredo defende que o Benfica se deve constituir como "assistente" nos processos em que o clube, ainda que indiretamente, surge envolvido na justiça.

A divulgação de escutas relacionadas com a operação "Cartão Vermelho", neste contexto, não é o que mais preocupa este notável do Benfica, porque, considera, “há indícios que são perfeitamente ridículos, situações em que se retira um parágrafo de uma conversa".

"Isso não é nada, porque retira as coisas do contexto”, advoga.

O ex-dirigente refere-se a uma escuta em que Luís Filipe Vieira é apanhado a dizer que “paga tudo” com o cartão bancário do Benfica. António Figueiredo considera essencial esperar que o Ministério Público deduza acusação e que a defesa exerça os seus direitos.

No entanto, não tem dúvidas de que “o Benfica, relativamente a estes processos devia constituir-se assistente” e que, “depois desse pó todo assentar, será oportuno ter uma conversa com os benfiquistas”.

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