Diego Simeone atingiu o marco de 400 vitórias enquanto treinador dos ‘colchoneros’, depois de o Atlético Madrid ter vencido o Celta de Vigo na última jornada da La Liga.

O técnico argentino, de 54 anos, é assim o primeiro a conseguir tal marca representando apenas um clube. Atrás dele, com distância, seguem-se Miguel Muñoz (357), antigo treinador do Real Madrid, e Luis Aragonés (308), também no Atlético Madrid.

Ainda mais atrás estão o mítico e desafortunado Arsenio Iglesias (250, Corunha), o especial e incorrigível Johan Cruijff (244, Barça) e Carlo Ancelotti, uma lenda em movimento pelo Real Madrid. Carletto soma 207 vitórias. Os números estão nas páginas do “La Nación”, um periódico da terra do protagonista desta história.

O homem que reivindicou o ‘cholismo’ chegou a meio da época de 2011/12, quando as coisas estavam tremidas e a linha de água não era a miragem mais distante. De lá para cá, deram-se muitos jogos, vitórias, derrotas, exibições estóicas, apologias da defesa e confrontos especiais com Barcelona e Real Madrid, que protagonizam um duelo tradicional e que tiveram de aceitar o alargamento da conversa a três equipas.

O resto, como se costuma dizer, é história, como já veremos em baixo...

É de relembrar que Diego Simeone representou o Atlético de Madrid enquanto jogador por quatro épocas e meia, vestindo a camisola do clube em 170 ocasiões em dois períodos (no primeiro até conquistou a dobradinha).

Na época 2011/12, como vimos, Diego Pablo, um cidadão nascido em Buenos Aires em 1970, voltou ao clube que antigamente jogava no Vicente Calderón com outras funções. O antigo atleta regressou como treinador, substituindo o espanhol Gregorio Manzano.

O Atlético de Madrid passava então por uma fase complicada. Nos cinco anos anteriores, a melhor classificação dos ‘colchoneros’ havia sido a quarta posição, por duas vezes. Nas duas épocas anteriores a Simeone assumir, o Atlético ficou em nono (2009/10) e em sétimo (2010/11). Nada augurava o que veio a acontecer.

Simeone entrou a meio da época de 2011/12, altura que o clube se encontrava no nono lugar da tabela. O treinador argentino ainda foi a tempo de terminar em quinto lugar. Pelo meio, venceu a Liga Europa no seu ano de estreia, depois de bater o Athletic Bilbao, por 3-0, na final.

Nos anos seguintes, o Atlético passou por uma fase de grande estabilidade no campeonato. Até à temporada passada, a equipa da capital espanhola terminou sempre nos três primeiros lugares da liga. Atualmente, essa norma até pode vir a ser quebrada, uma vez que os madrilenos estão no quarto lugar, com três jornadas por jogar. Foi o Girona a fazer de Atleti e a intrometer-se na piscina dos adultos.

Para além da consistência nos campeonatos, Simeone trouxe títulos nacionais e europeus para o museu do clube. Relativamente a títulos nacionais, foi campeão da La Liga por duas vezes, em 2013/14 e 2020/21. Em terrenos espanhóis, venceu ainda a Taça do Rei de Espanha, 2012/13, e a Supertaça Espanhola de 2014.

Nas competições europeias, Diego Pablo Simeone, um antigo centrocampista que jogou três Mundiais, venceu duas vezes a Liga Europa (2011/12 e 2017/18). Ainda dentro do panorama europeu, o ex-futebolista natural Buenos Aires venceu a Supertaça Europeia em 2012. Em contexto de Champions, Simeone liderou o Atlético de Madrid a duas finais (2014 e 2016). Em Lisboa, quase, quase foi feliz. O percurso, ainda assim, é admirável.

Os números não mentem. Diego Simeone trouxe estabilidade e glória ao Atlético de Madrid. Ao que tudo indica, o técnico argentino continuará a engordar o recorde.