O treinador Abel Ferreira conquistou a Taça Libertadores pelo Palmeiras, deixou uma série de agradecimentos e recados. E emocionou-se ao falar da família.

“Sinceramente, a palavra que mais me passa pela cabeça é obrigado. Agradecer a todos, e de forma muito especial aos jogadores do Palmeiras. Não há bons treinadores sem bons jogadores”, referiu o técnico em conferência de imprensa.

O técnico do Verdão lembra que “a caminhada, quem a começou, foi o mister Vanderlei Luxemburgo, e ele também tem trabalho feito nesta competição. O trabalho também é dele, não é só meu”.

“Há coisas que valem mais do que título: a minha maior alegria foi ver os meus jogadores felizes e ver as pessoas que trabalham no clube felizes, não foi levantar a Taça. Perceber que todos eles vão receber um salário extra, que todos eles quando saíram nos apoiaram. Também não podia deixar de dar uma palavra ao Santos: também mereciam, fizeram um trabalho espetacular, fruto da equipa que acreditou mais, e graças à competência do Breno. Gosto muito de apostar em jogadores que veem de baixo, porque sei que vão dar a vida por uma oportunidade. A grande palavra que vai na minha cabeça é obrigado”, referiu.

Abel, que foi "atacado" pelos seus jogadores na sala de imprensa, reforçou que “Jorge Jesus é completamente diferente de mim e conseguiu também ter sucesso. E nós chegámos aqui e vimos que havia muita matéria prima. Indicámos aos jogadores o caminho e eles, de uma forma humilde, foram agarrando a ideia”.

O treinador reconhece que “hoje não foi uma final brilhante em termos de jogo. Sabíamos que a equipa que marcasse primeira iria ter vantagem. Mas estávamos preparados para tudo. É fruto de um trabalho de muita gente. E mais uma vez quero agradecer de uma forma muito especial aos meus jogadores.”

“Só me imaginava a levantar a Taça, não me passou mais nada pela cabeça. É uma emoção muito grande e só o facto de ouvir a glória eterna é inacreditável. Aconteça o que acontecer, ou ficaremos na história ou seremos eternos. Hoje conseguimos a glória eterna. Aconteça o que aconteça no futuro, vão ter de levar comigo”.

Depois, o mister deixou elogios aos técnicos brasileiros: “Quando cheguei aqui, queriam mandar o Abel Braga embora. E se tudo correr de forma natural, vai ser campeão. O Renato Gaúcho tem um trabalho espetacular e devem valorizar mais o que é vosso. Vocês são bons em tudo o que fazem. Os portugueses são bons em tudo o que fazem. Nós queremos resultados de um dia para o outro. Vocês têm de ter paciência. Têm de ter a mesma coragem que os treinadores têm. Os presidentes têm de ter a mesma coragem.”

Abel emocionou-se

"Ninguém ganha sozinho. Hoje sou melhor treinador, mas sou pior pai, filho, irmão, tio. Não imaginam a quantidade de vezes que me deitei à noite, na minha almofada, e chorei sozinho de saudade. Chorei muito no final do jogo de hoje [sábado], sim. Sou uma pessoa de família, adoro as minhas filhas e a minha esposa. Atravessei o Atlântico a acreditar numa coisa antes dela acontecer. Sou muito melhor treinador, mas como disse sou pior filho, pai, marido, tio. Mas há sempre algo que temos de sacrificar, referiu.

"Mas volto a dizer que custa-me estar longe da minha família. Não há dinheiro nenhum que recupere isto. E por digo que choro na minha almofada [Abel emocionou-se] por não estar com as minhas filhas."

O técnico recordou a sua carreira: "A primeira coisa que me lembrei quando acabou o jogo foi da minha família. A segunda foi o meu título em 2011 com a equipa de juniores do Sporting. Por isso é que agradeço a todos os jogadores que treinei, especialmente aos do Palmeiras. E porque não falar também do presidente do Sp. Braga [António Salvador], que me deu uma grande oportunidade e eu ainda não tinha feito nada na primeira divisão. E agradecer também ao dono do PAOK [Ivan Savvidis]."

O Palmeiras derrotou o Santos na final da Taça Libertadores por 1-0, com golo de Breno nos descontos, e conquistou a Liga dos Campeões da América do Sul.