A Autoridade da Concorrência (AdC) garante estar atenta aos negócios do futebol, contudo, contactada pela Renascença, não revela se foi aberto qualquer processo ou investigação sobre a existência de alegados acordos secretos entre Benfica e Desportivo das Aves. Ainda assim, assinala que podem estar a ser violadas regras da concorrência.

Caso exista algum tipo de concertação de políticas comerciais entre clubes, tal como acontece com as empresas - conluios, concertações ou cartéis -, ambos podem ser punidos, nos termos da Lei da Concorrência.

No fim de semana, o jornal "Público" divulgou uma investigação sobre alegados acordos secretos, uma conta corrente entre os dois clubes, em que o Benfica seria credor de cerca de 800 mil euros - dívida que seria suficiente para impedir o Aves de se inscrever na I Liga -, e contratos danosos para o Aves, com 12 jogadores transferidos entre os dois clubes à margem da lei, que configurariam uma dependência negocial do Aves em relação ao Benfica, além de "empréstimos encapotados" para contornar o limite de jogadores cedidos estabelecido pela Liga.

De qualquer forma, o Benfica assegurou, esta segunda-feira, que a relação comercial que mantém com o Aves é totalmente "legal" e "transparente". Os encarnados dizem que a investigação do "Público" se trata de uma "manipulação encomendada" que visa "denegrir o bom nome do Benfica".

A reação do Desportivo das Aves foi diferente. O clube de Santo Tirso pediu uma auditoria externa às administrações anteriores da SAD e lembrou que tem sido “penalizado por força da herança recebida”.

O Aves diz-se disponível para colaborar com as autoridades, que também estarão já em cima do caso, com a operação "Mala Ciao".