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Benfica desmente qualquer ilegalidade na relação comercial com o Desportivo das Aves

08 jun, 2020 - 10:33

Em comunicado, os encarnados respondem à investigação do jornal "Público", considerando que se trata de uma "manipulação encomendada" e uma tentativa de desviar atenções.

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O Benfica esclarece, esta segunda-feira, que a relação comercial que mantém com o Desportivo das Aves é totalmente "legal" e "transparente". Em comunicado, o clube responde à investigação que o jornal "Público" divulgou no fim de semana sobre alegados acordos secretos e a existência de uma conta corrente entre os dois clubes, em que o Benfica é credor de cerca de 800 mil euros.

Os encarnados dizem tratar-se uma "manipulação encomendada" que visa "denegrir o bom nome do Benfica". O jornal denuncia a existência de contratos danosos para o Desportivo das Aves e contabiliza 12 jogadores transferidos entre os dois clubes à margem da lei.

"Os contratos referidos nas respetivas notícias são totalmente legais, transparentes e compatíveis com toda a legislação geral e regulamentos desportivos que gerem este tipo de relações comerciais, conforme diversos especialistas tiveram oportunidade de esclarecer durante o fim de semana", responde o Benfica.

Opções de recompra e cláusulas antirrivais

O "Público" centra atenção em vários contratos estabelecidos, concluindo que configuram uma dependência negocial do Aves em relação ao Benfica. O diário fala em "empréstimos encapotados" para contornar o limite de jogadores cedidos estabelecido pela Liga.

O Benfica desmente e questiona o facto dos especialistas em direito desportivo consultados pelo jornal não serem identificados. O clube sublinha que "os contratos com opção de recompra não são uma novidade ou criação do SLB. São recorrentes no futebol moderno e em Portugal."

"As cláusulas denominadas de antirrivais são usadas em todo o mundo, especialmente em Espanha e na 'Premier League'. Não são mais do que fixar um prémio de transferência acrescido caso o clube adquirente transfira o jogador para um clube que seja concorrente direto daquele que o acaba de vender", observam as águias.

"Timing" da notícia foi tentativa de desviar atenções

A SAD encarnada reforça o desmentido sobre qualquer ilegalidade e estranha "o destaque dado pelo jornal e o 'timing' escolhido" para a publicação da notícia.

"Foram uma intencional tentativa de desviar atenções a problemas complexos de promiscuidade política na lista para os órgãos sociais do FCP e decisões de gestão pública, que neste momento estão em curso, como a oferta de terrenos em processos já com a intervenção dos novos eleitos para o clube", concretiza.

Pinto da Costa foi reeleito presidente do FC Porto, com vários autarcas da Área Metropolitana do Porto na lista candidata ao Conselho Superior, encabeçada por Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto. Uma das promessas de Pinto da Costa é a construção de uma academia, em Matosinhos.

Paulo Gonçalves e Luís Duque

A SAD esclarece, ainda, que Paulo Gonçalves não é secretário da SAD desde 2009 e a transferência de Luquinhas, do Aves para o Légia Varsóvia, visada na investigação do "Público", "nada teve a ver" com o Benfica. "Paulo Gonçalves esclareceu já que foi ele quem trouxe a proposta do Légia Varsóvia ao Aves pelo jogador", escrevem os encarnados.

Por fim, o envolvimento de Luís Duque, assessor do antigo presidente da SAD do Aves, Luiz Andrade. O Benfica estranha a introdução do nome de Duque, "precisamente na véspera de uma Assembleia Geral da Liga e num momento em que circulou o seu nome em notícias como potencial candidato ao lugar de Pedro Proença".

Os encarnados deixaram a direção da Liga presidida por Pedro Proença e estão em desacordo com o atual modelo de governação. Esta segunda-feira há uma Assembleia Geral da Liga em que o futuro de Proença será debatido.

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