Todos têm algo em comum: fazem questão de separar a Galiza do resto de Espanha, quase como um ponto de honra nas conversas. Mas não o fazem com Portugal. Dizem até que “há uma certa lógica” em jogar do lado de cá da fronteira.
"Não seria descabido", concordam Santi Peón, Filipe Abalde e Pepe Méndez.
"Social, cultural, gastronómica e linguisticamente, não há grandes diferenças", aponta Filipe. E completa: "Há uma fronteira criada no rio Minho mas, se não fossem esses aspetos jurídicos, podiam ser a mesma nação".
Proximidade seduz adeptos
Serão os galegos mais próximos a Portugal que ao resto de Espanha? O presidente da federação responde três vezes sim à questão. "Totalmente", atira, com confiança.
Pepe dá exemplos: "Vais a Verín e há um grande convívio com Chaves, Montalegre com Cualedro, Tui com Valença. Do Porto para cima há muita ligação". Até conhece quem viva em Espanha e trabalhe em Portugal. E é exatamente a proximidade geográfica que mais atrai os adeptos.
Filipe Abalde explica que, ao longo dos últimos anos, o Celta tornou-se um "último reduto" no noroeste do país, após as despromoções do Deportivo da Corunha, Gijón, Oviedo e Real Valladolid.
Esta época, as deslocações mais próximas são Madrid, a quase 600 quilómetros de distância, e o País Basco, à distância de sete horas de carro.
Em Portugal, a maioria dos clubes da I Liga estão concentrados a norte. É um argumento que seduz e que dá alguma força à ideia de ir jogar para Portugal. "Era uma maravilha, ainda se voltava a tempo de jantar em casa", ri-se Filipe Abalde.