Mundial 2022

Pedro "Ró-Ró". O português da seleção do Qatar quer ver Portugal ser campeão do mundo

05 dez, 2022 - 09:28 • Carlos Dias

O lateral português de 32 anos é uma das figuras da seleção do Qatar, que já caiu no Mundial que organiza. Em entrevista à Renascença, reforça as ambições portuguesas e aborda as críticas ao país organizador.

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Pedro "Ró-Ró", o português da seleção qatari, quer ver Portugal ser campeão do mundo
Pedro "Ró-Ró", o português da seleção qatari, quer ver Portugal ser campeão do mundo

Pedro Correia, para os amigos Ró-Ró por influência dos craques brasileiros Ronaldo e Romário, nasceu em Portugal há 32 anos. Naturalizou-se e é neste momento uma pedra fundamental na seleção do país organizador do Mundial 2022. Já eliminado do torneio, espera que Portugal possa vencer o Campeonato do Mundo.

Com origens cabo-verdianas e depois de passagens pela formação de Benfica, Estoril, Estrela da Amadora e Farense, Pedro Correia já como sénior chegou ao Qatar para jogar futebol. Foi há 13 anos que se iniciou uma história de sucesso.

Apesar da forte ligação local, Pedro Correia não esquece as origens: “Portugal é uma seleção muito forte, joguei contra Portugal e foi um dos piores jogos da minha vida, corri muito. Eles têm muito talento. Têm tudo para serem campeões, espero que Portugal consiga chegar muito longe”.

No Qatar, a seleção portuguesa tem tido um apoio muito forte de adeptos das mais variadas nacionalidades, por influência do capitão da seleção portuguesa.

“O Ronaldo é do povo, todos aqui gostam dele. Ninguém pagou para eles apoiarem, é o futebol. Todos gostam deste jogo e se há uma estrela destas na seleção de Portugal claro que as pessoas vão gostar, é a paixão pelo futebol”, afirma.

Pedro Correia já fez mais de 80 jogos pela seleção do Qatar, o país organizador do Mundial 2022, uma equipa que desiludiu: “Ficamos tristes por não ter feito um melhor trabalho, temos de pedir desculpa aos adeptos e continuar a trabalhar”.

O lateral-direito concretizou um sonho quando entrou em campo para o Qatar-Equador, o jogo de abertura do campeonato do mundo. Um momento que avivou memórias de um jogador que cresceu num bairro social em Portugal e que ficou sem a mãe aos 15 anos.

O Qatar perdeu os três jogos da fase de grupos, frente ao Equador, Senegal e Países Baixos. Marcou um golo e sofreu sete. Ró-Ró foi titular nas três partidas e só não foi totalista porque foi substituido aos 83 minutos frente ao Senegal.

"Lembro-me dela em cada passo que dou na minha vida, ela sabe que é a minha estrela, sem ela nada disto era possível porque ela educou-me para ser a pessoa que sou hoje”, diz.

Qatar "é seguro"

Pedro Ró-Ró não esconde a tristeza quando se dá eco das críticas a um país como o Qatar. Ainda assim, é aqui que Pedro Correia quer criar os seus filhos: “Aqui ninguém lhes faz mal, estão em casa, a porta da minha casa também está sempre aberta, deixo a chave dentro do carro, aqui ninguém faz nada”.

O defesa quer continuar a jogar e a viver no Qatar, mas o seu destino de férias há muito que está definido: “Portugal sempre, gosto de ir para o meu bairro, gosto de ir comer a comida da minha tia, de estar com os meus amigos, de estar na minha casa”.

Ró-Ró jogou entre 2010 e 2016 no Al-Ahli, antes de se trocar para o Al-Sadd, onde ainda joga. Venceu nove troféus no Qatar.

O defesa não esconde o seu amor ao Benfica, nem a distância esbate a sua alegria pela época protagonizada pela equipa treinada por Roger Schmidt: “Estou a gostar de ver, agora é ganhar o campeonato e ir até à final da Liga dos Campeões, se Deus quiser”.

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