14 jan, 2022 - 10:05 • José Barata , Carlos Dias
Miguel Laranjeiro, presidente da Federação de Andebol de Portugal, quer que a seleção nacional consiga qualificar-se para a segunda ronda do Campeonato da Europa.
Portugal arranca a sua participação nesta sexta-feira, contra a Islândia, às 19h30, e o dirigente antecipa o que poderá acontecer numa competição que reúne 24 países e onde Portugal participa pela sétima vez. A melhor classificação foi obtida em 2020 com um histórico 6.º lugar.
Paulo Jorge Pereira chamou 20, mas só 18 seguem pa(...)
Quais são os objetivos da seleção portuguesa para este Europeu?
É evidente que nestas competições de altíssimo nível e atendendo ao quadro que todos estamos a viver, terá de se encarar um jogo de cada vez com o desafio de passar ao Main Round [segunda fase]. Claro que teremos de ter respeito pelos adversários. Vamos ter a Hungria, a equipa da casa, com todo o ambiente que vai ser criado, a Islândia, nossa conhecida e que merece todo o respeito, e os Países Baixos, que tem atletas em vários campeonatos europeus.
A Covid-19 prejudicou a preparação das seleções e também pode prejudicar o decorrer da competição. Como é que a seleção nacional encara esta situação?
Todos os países europeus estão a viver esta situação, de uma forma ou de outra, e a seleção portuguesa não foge à regra. Na preparação foi entendido que o grupo tinha de ser salvaguardado, trabalhou nas condições possíveis atendendo às circunstâncias. Depois estabelecemos o compromisso individual e coletivo de ambição para um Europeu que pode ser uma caixa de surpresas.
É mais difícil fazer melhores resultados num Europeu do que nos Mundiais ou nos Jogos Olímpicos, visto que na Europa estão o maior número de equipas de topo?
Um Europeu tem um grau de exigência muito grande, porque o andebol, ao nível da qualidade e da competitividade, é muito forte e nós estamos aqui entre os melhores. Estivemos no Europeu de 2020, no Mundial de 2021, nos Jogos Olímpicos, estamos no Europeu de 2022 e queremos estar no Mundial de 2023. A ser assim, será a melhor série de sempre do andebol português.
Um dos objetivos que a Federação de Andebol teve, num documento estratégico que aprovámos em 2016, foi a regularidade da presença da seleção nacional nas fases finais das grandes competições. Obviamente que os europeus têm um grau de exigência muito grande, a começar logo nas fases preliminares, batemo-nos logo com grandes equipas, mas é assim que gostamos de estar e queremos estar onde estão os melhores, ou seja, nas grandes competições, porque só assim conseguiremos elevar o andebol.
Esta é uma seleção com algumas baixas importantes devido a lesão, estamos perante um processo de renovação?
As lesões são situações infelizes, temos de nos confrontar com isso. Quem menos gostaria desta situação são os próprios atletas e lamento por não estarem, mas o grupo é o grupo e temos de avançar. A vantagem que Portugal hoje tem, e a alegria que todos os adeptos da modalidade podem ter, é haver um conjunto de jovens atletas que conseguem estar presentes nestas provas, substituindo os atletas que não podem estar, com a mesma qualidade e a mesma ambição dos habituais titulares.
O processo de renovação é também de crescimento, é uma matéria para o selecionador nacional, que tem introduzido estes patamares de renovação e que garantem o futuro. Nós somos sempre presente, mas também somos futuro, porque temos de construir algo que amanhã seja presente.
É um processo sempre evolutivo e construtivo e que deve ser sempre feito com ponderação, moderação e equilíbrio. É nesse equilíbrio que depois as seleções têm maior ou menor sucesso, sabendo interpretar essas mudanças de uma forma serena e desportivamente correta, que é o que tem acontecido nestes anos.
O selecionador Paulo Pereira já referiu que este grupo está habituado a gerir o caos. Fica mais descansado com esta afirmação à entrada para mais uma grande prova internacional?
Temos uma grande confiança na equipa técnica, nos atletas e no grupo. Basta lembrar que o Rui Silva acreditou até ao último segundo em Montpellier e isso levou-nos aos Jogos Olímpicos.
Essa determinação continua a existir neste grupo de trabalho. Há as lesões e a Covid-19, mas nada tira a qualidade à equipa técnica e aos atletas. Tenho a certeza e a convicção profunda de que temos um grupo que vai dar tudo pelo país, pela bandeira nacional e pelo andebol. Pode ser um Europeu estranho, mas estamos lá e queremos fazer o melhor possível em cada jogo.
Portugal também vai estar presente com uma dupla de arbitragem constituída por Duarte Santos e Ricardo Fonseca. É mais uma prova do sucesso do andebol português?
É um orgulho enorme, muitas vezes falamos dos atletas e das equipas, mas ao nível da arbitragem é importante realçar a presença desta dupla. Temos tido presenças nas fases finais, nos próprios Jogos Olímpicos o que realça a qualidade e o profissionalismo dos nossos árbitros.