Rolando ainda não terminou carreira. “Quero passar um pouco do que eu aprendi”

22 fev, 2023 - 13:11 • Pedro Castro Alves

Em entrevista a Bola Branca, o internacional português fala do futuro, das equipas portuguesas na Europa, das dificuldades de David Carmo no FC Porto e do sucesso de Rúben Amorim no Sporting.

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O internacional português Rolando não acabou carreira e quer continuar a jogar futebol.

Depois do sucesso no FC Porto e no Marselha, a carreira do defesa central está em suspenso - depois de terminar o contrato que o ligava ao Sporting de Braga no final da época passada -, mas ainda não terminou, tendo já recebido propostas.

Ao longo da carreira, Rolando conta com passagens pelo Belenenses, FC Porto, Nápoles, Inter de Milão, Anderlecht, Marselha e Braga e venceu 13 títulos, a maioria ao serviço do FC Porto, entre os quais uma Liga Europa e quatro campeonatos.

Fez 21 jogos na seleção nacional portuguesa e esteve no Mundial 2010 e no Euro 2012.

Em entrevista exclusiva à Renascença, Rolando aborda as carreiras do “miúdo espetacular” David Carmo, que se transferiu do Sporting de Braga para o FC Porto por 20 milhões de euros e tem sentido dificuldades de adaptação, e do “surpreendente” Rúben Amorim, com quem jogou no Belenenses e foi treinador na Pedreira.

Terminou contrato com o SC Braga no final da época passada. Deu por terminada a carreira de jogador?

Depois de ter terminado a ligação ao Braga, de uma forma não muito normal, fiquei com o 'bichinho' do futebol ainda cá dentro. Decidi fazer uma pausa, mas depois de passar algum tempo com a família chegámos à conclusão de que ainda posso continuar mais um pouco. Primeiro, para matar este 'bichinho', por prazer próprio e também para passar um pouco do que eu aprendi durante a minha carreira.

Já teve algumas propostas? O que procura?

Tive. Mesmo quando terminei tive algumas abordagens, mas ainda estava um pouco indeciso e optei por esperar. Agora tenho uma pessoa à procura de alguma coisa num desses países mais exóticos, digamos assim, onde o futebol está em desenvolvimento e eu possa ajudar em alguma coisa.

Para o futuro, estaria interessado em integrar uma equipa técnica ou ser treinador principal?

Ser treinador principal não sei, mas fazer parte de uma equipa técnica seria uma boa opção, porque acho que ainda posso ajudar. Mas ainda não tenho bem a certeza, porque é algo que quero ir descobrindo com calma. Quero continuar no futebol, como e quando ainda não sei.

Falando de futebol, dos clubes onde passou e dos profissionais que conhece, o FC Porto foi uma parte importante da carreira do Rolando, onde venceu uma competição europeia, a Liga Europa. Muito se tem falado do sonho de uma equipa portuguesa voltar a vencer a Liga dos Campeões, acredita que é possível?

Possível é sempre, apesar da grande diferença financeira que existe, que é gigantesca para os clubes das cincos maiores ligas europeias.

Pode ser possível, mas é complicadíssimo, a probabilidade é muito pequena. Há que sonhar com isso, porque é por isso que o futebol é lindo. Há que lutar com as armas que se tem.

Um jogador do plantel do FC Porto que conhece bem é o David Carmo, com quem jogou em Braga. Depois da transferência tem tido alguma dificuldade em afirmar-se no Dragão, o que acha que se passa?

O David Carmo é um miúdo espetacular, de quem eu gosto muito. É dos poucos que já convidei para minha casa para ter uma ideia da proximidade que temos.

É logico que, embora o Braga esteja a entrar na luta com os grandes, a pressão não é a mesma. Ele saiu do conforto do lar, de um sítio onde conhecia toda a gente, onde tinha uma proteção por ser um miúdo da casa e foi lançado aos tubarões. É difícil encaixar logo de início e ele sentiu essa dificuldade. Mas acredito que ele vai conseguir dar a volta e esta experiência vai ser importante para o futuro.

Também se cruzou em Braga com Rúben Amorim, depois de já ter também jogado com ele no Belenenses. Surpreendeu-o o sucesso dele como treinador? E como vê este momento mais complicado que tem vivido no Sporting?

O sucesso foi muito repentino, claro que não esperava, apanhou toda a gente de surpresa. Passou de Casa Pia, para Braga B, para equipa principal e saltou logo para o Sporting e é campeão. Apanhou todos de surpresa.

Mas no pouco tempo que estive com ele, em Braga, dava para ver que tinha qualidades que os jogadores apreciam. Previa-se que chegaria a este nível, mas não sabíamos que seria tão rápido.

Quanto às dificuldades, faz parte do futebol. Em Portugal há três grandes a lutar pelo título, só um pode estar bem. Há que confiar no processo, no trabalho e ele já provou que tem capacidade para comandar um grande.

Este ano não está a correr muito bem, mas é uma questão de tempo até voltar a ter sucesso. Espero que não a ser campeão em Portugal, porque quero ver o Porto campeão, mas vai ter muito sucesso e ainda vai vencer muitos títulos no futuro.

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