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Jonas e o Benfica em 2023. “Tem tudo para uma boa sequência de conquistas”

18 mai, 2023 - 18:17 • Pedro Castro Alves

Antigo avançado brasileiro elogia o “grande amigo” Rui Costa e a “contratação muito acertada” de Roger Schmidt, e espera que o Benfica festeje em Alvalade. Gonçalo Ramos tem “obsessão pelos golos no ADN” e João Félix “merece” voltar a impor-se.

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Jonas, o jogador brasileiro com mais golos pelo Benfica, acredita que as águias têm tudo para estabelecer “uma sequência boa de conquistas” nos próximos anos.

Em entrevista exclusiva a Bola Branca, o antigo avançado antevê o dérbi com o Sporting, no domingo, em que o Benfica procura fazer a festa do título em Alvalade.

"Vencer o campeonato em Alvalade seria especial, pela rivalidade e para matar de vez este campeonato", assume.

Jonas recorda, também, o último troféu que conquistou na Luz, em 2019 - que foi, também, o último que o Benfica conquistou -, e a época que partilhou com Rúben Amorim, que muito elogia: "O Sporting não lutava por títulos e agora luta, graças ao trabalho dele."

O antigo internacional brasileiro explica, ainda, o afastamento do futebol, para “apoiar a família”.

Jonas marcou 137 golos em 183 jogos pelo Benfica, conquistando quatro campeonatos, uma Taça de Portugal, duas Taças da Liga e duas Supertaças. Nesta entrevista à Renascença, revela o que o liga ao seu herdeiro dos golos, Gonçalo Ramos.

O Jonas não terminou a carreira há muito tempo, só deixou o Benfica em 2019, mas já muito mudou no clube desde então. O que tem achado do clube, agora liderado por Rui Costa e treinado por Roger Schmidt?

Este ano foi diferente, de uma forma positiva. O Benfica jogou muito bem, foi superior aos adversários e muito regular.

O Rui Costa é um grande amigo, estarei sempre a torcer por ele, porque é uma pessoa que me ajudou muito, que eu respeito e por quem tenho um carinho enorme.

O treinador foi uma contratação muito acertada. Tem feito um belíssimo trabalho, espera que continue no Benfica e nos dê muitas alegrias.

O Benfica visita o Sporting no domingo, sabendo que uma vitória pode dar o título. O Jonas participou em muitos dérbis, como vê este?

É um “jogaço”, digno de duas equipas grandes de Portugal, que têm treinadores de qualidade. Será um belíssimo jogo para assistirmos e estarei ligado, porque tenho muita esperança de que o Benfica possa fazer um grande jogo, vencer e ser já campeão.

"Gonçalo Ramos tem muita frieza à frente da baliza. Há jogadores que dizemos que têm a obsessão pelos golos no ADN e ele tem."

Há um sentimento especial por poder conquistar o título em Alvalade? Ainda para mais contra um Sporting treinado por Rúben Amorim, com quem se cruzou no Benfica.

O objetivo principal é ser campeão e, se tem a possibilidade de o fazer em casa do rival, certamente vai entrar forte no jogo para o conseguir. Vencer o campeonato em Alvalade seria especial, pela rivalidade e para matar de vez este campeonato.

O Rúben Amorim tem feito um excelente trabalho à frente do Sporting, quando eu estive em Portugal o Sporting não lutava por títulos e agora luta, graças ao trabalho dele.

Coincidi com Rúben Amorim no meu primeiro ano no Benfica e lembro-me como se fosse hoje. Quando cheguei a Portugal foi o primeiro jogador que conheci, tratou-me muito bem e tivemos uma relação muito boa.

O Jonas fez parte do plantel do Benfica que venceu o último título nacional. Quando saiu, em 2019, imaginava que essa fosse a última grande conquista durante tanto tempo?

Todos os clubes têm dinâmicas positivas e negativas, faz parte. O Sporting também ficou muitos anos sem vencer campeonato e o FC Porto, no período em que estive em Portugal, também venceu menos campeonato do que nós. Tudo passa.

O Benfica, vencendo a Liga, tem tudo para ter uma sequência boa de conquistas. É por isso que estou a torcer.

Já não vem a Portugal há algum tempo. Se o Benfica for campeão, virá para os festejos no Marquês de Pombal? Como recorda esses momentos que viveu lá?

Gostaria muito, mas infelizmente não vou estar. É um momento único.

Só quem passa por lá sabe o que é festejar um título do Benfica no Marquês de Pombal: aquela praça pintada de vermelho e branco, a celebração, as músicas… São momentos únicos, que nos fazem ver que o sacrifício que se faz durante uma época é recompensado.

"Vencer o campeonato em Alvalade seria especial, pela rivalidade e para matar de vez este campeonato."

Falando também, em particular, de alguns jogadores, o que tem achado do Gonçalo Ramos? Acha que têm algumas caraterísticas semelhantes?

É um jogador de muita qualidade, tem muita frieza à frente da baliza e tudo para poder evoluir. É jovem e criado no Seixal, que também é importante, porque jogar no ataque do Benfica é uma enorme responsabilidade e uma pressão muito grande. Ele tem essa maturidade e confiança, é mérito dele.

Semelhanças? Só se for o golo, que também marquei muitos. Há jogadores que dizemos que têm a obsessão pelos golos no ADN e ele tem.

E Gonçalo Guedes? Coincidiu com ele no Benfica.

Como benfiquista, gostava muito que o Gonçalo Guedes continuasse no Benfica para a próxima temporada. É um jogador de muita qualidade, que eu conheço e que pode fazer uma época muito boa se começar de início, como fez quando subiu à equipa principal.

Conhece a casa e é capaz de ajudar muito. Estando no plantel desde o início da temporada, fazendo pré-época, pode fazer a diferença.

Outro jogador com quem se cruzou no Benfica foi João Félix, que chegou à equipa no último ano do Jonas. Como tem visto a evolução da carreira dele?

O João é um menino muito especial, por quem tenho muito carinho.

Eu ajudei-o quando ele chegou à equipa principal, mas ele também me ajudou a mim, porque eu já não tinha condições para jogar e ele acabou por me aposentar [risos]. Como ele despontou muito rápido, acabou por despertar o interesse de grandes clubes.

Vendo as caraterísticas do João, acho que a forma de jogar do Atlético não encaixa muito bem com ele, porque precisa de uma equipa que tenha mais bola. No Chelsea, vejo uma equipa com caraterísticas semelhantes ao Atlético, talvez uma equipa com mais posse de bola, possa facilitar o jogo dele.

Mas eu acredito muito nas características do João, na qualidade dele. Talvez na próxima época, dependendo do que aconteça, consiga impor-se como fez no Benfica, porque merece.

E atualmente, como está o Jonas? Pensa em regressar ao ativo ou até ao Benfica?

O Benfica foi tudo na minha vida, na minha carreira. Agora é outro momento, sou mais um adepto a desejar o melhor.

Claro que às vezes vou a Portugal e, sempre que o Benfica precisar de mim, eu vou estar às ordens, mas de uma forma pontual. Para mim não é viável tomar qualquer decisão que me possa afastar da minha família neste momento.

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