12 mar, 2024 - 17:15 • João Filipe Cruz
Os atletas portugueses vão enfrentar controlos antidoping mais apertados para serem elegíveis para os Jogos Olímpicos de Paris. A decisão é do conselho da World Athletics, depois da recomendação da Unidade de Integridade do Atletismo.
Para o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, não há justificação. "Não encontro nenhuma explicação. Não há justificação para isto, não sei se entenderam aquilo como um alerta", adianta Jorge Vieira a Bola Branca.
Para além dos atletas portugueses, também Brasil, Equador e Peru estão na lista. A Unidade de Integridade do Atletismo revela, em comunicado, que as federações dos quatro países receberam "avisos claros sobre a insuficiência dos seus programas nacionais de testes [antidoping] depois dos Mundiais de Atletismo Eugene 2022".
De acordo com a mesma nota, “os quatro [países] falharam ao assegurar a existência de testes fora de competição para as suas seleções nos Campeonatos do Mundo seguintes, em Budapeste2023. Consequentemente, o conselho aceitou o apelo da AIU para que as quatro federações imponham condições de elegibilidade aos seus atletas para que possam participar em Paris2024”.
Entretanto, o diretor-executivo da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) já revelou, em declarações à Lusa, que respondeu "há duas semanas" a este aviso. António Júlio Nunes explica que a ADoP "está em cumprimento com aquilo que está determinado nas normas internacionais da antidopagem, no Código Mundial Antidopagem e nas normas internacionais".
A posição é corroborada pela Federação de Atletismo. "A ADoP já entrou em comunicação com esta Unidade de Integridade e o assunto será resolvido, sem qualquer dúvida", assegura Jorge Vieira.
Nestas declarações a Bola Branca, o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo estranha a presença de "apenas estes quatro países" e espera que a decisão não belisque a integridade do processo de antidopagem português.
"Uma decisão deste género pode gerar a ideia de que se está em falta e que há um problema de dopagem, coisa que não temos, nem tivemos. Colaboramos sempre com todos os processos de antidopagem", garante Jorge Vieira.
O presidente da Federação de Atletismo afasta polémicas e deixa claro que esta lista não coloca em causa a participação da comitiva portuguesa em Paris.
"Esta lista não diz mais do que aquilo que lá está, não é impeditiva de nada e não inibe ninguém de participar em prova nenhuma", esclarece.