11 dez, 2023
Para não fugir à regra quase geral, acabámos de viver uma jornada que nos ofereceu de tudo, desde jogos de muita qualidade, a incidentes deveras lamentáveis, não escapando algumas arbitragens que bem poderiam ter evitado que voltassem a primeiro plano, mais uma vez pela negativa.
O mais importante, pela negativa, teve por cenário o Estádio da Luz, em Lisboa, onde, quebrando uma tradição de muitos anos, a contestação a um treinador foi muito para além de que seria aceitável, quebrando de novo aquilo que muitos gostam de instituir como regra, segundo a qual os sócios e adeptos têm sempre razão.
Desta vez voltaram a não tê-la: a forma como o técnico Roger Schmidt foi contestado durante o jogo que o Benfica disputou com o Sporting Farense, contraria por completo as regras da boa convivência que deve ser respeitada, independentemente dos resultados, mesmo que nem sempre sejam favoráveis ao emblema da águia.
É legítima a contestação a decisões do treinador que sócios e adeptos considerem não serem as mais adequadas aos interesses do desenrolar de cada jogo em que a sua equipa participe, sendo essa a fronteira que deve definir a fronteira na relação entre todos. Só que, aquilo que se verificou na Luz foi muito para além daquilo a que um clube com a dimensão do Benfica nos habituou desde há mais de um século.
Rui Costa, o Presidente, resolveu quebrar o mutismo em que se tinha fechado ficando, como todos nós, na expectativa de que incidentes como o de sexta-feira passada não voltem a macular o estádio do clube encarnado, que tem vivido tantos dias e noites de glória.
No sábado, o Sporting Clube de Portugal falhou o assalto ao castelo vimaranense, no epílogo de um jogo muito difícil, em que se esperava mais da formação De Rúben Amorim.
A segunda derrota dos leões no campeonato, embora continuando a garantir o comando da classificação, permitiu a aproximação da concorrência mais directa, transformando estes momentos como os mais emocionantes de que há memória: entre os quatro primeiros da tabela passou a haver apenas dois pontos de diferença, o que torna as próximas jornadas, sobretudo a que se segue, ainda mais carregadas de expectativa.
Os leões queixam-se de mais uma arbitragem sem qualidade de João Pinheiro, e de algumas decisões que podem ter dado um rumo diferente ao desenrolar do desafio disputado na cidade do Fundador.
Por esta e outras situações, iguais ou semelhantes, é que a nossa arbitragem continua na crista da onda. Por más razões, obviamente.