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Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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A justiça desportiva e os seus critérios

20 jan, 2022 • Opinião de Ribeiro Cristovão


Quando as claques extravasam para além daquilo que seria normal, as tesourarias dos clubes que apoiam é que sofrem as consequências.

Para além de poderem e deverem ser debatidos os critérios utilizados pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, muitas vezes dissonantes e, por isso, objecto de discussão e de controvérsia há, dentro da mesma questão, aspectos que merecem uma mais profunda reflexão.

Por estes dias o Conselho de Disciplina derramou sobre alguns clubes e jogadores um rol de castigos a punir gestos e palavras que foram registados nos relatórios de árbitros e observadores após alguns jogos que ficaram esmaltados por incidentes vários, na linha daquilo que se pode considerar (infelizmente) normal no futebol português.

Quando acima escrevíamos sobre critérios não estávamos a olhar para a actuação de alguns dos nossos árbitros, mas sim, naturalmente, a pensar em decisões diferentes para casos muito semelhantes. E esse será, sem dúvida, o primeiro pecadilho do Conselho de Disciplina. Dá que pensar, e dá também lugar a reclamações de quantos se sentem mais lesados.

Outro aspecto da questão tem a ver com os regulamentos pelos quais as autoridades federativas se regem, e que são, nalguns casos, verdadeiras bizarrias.

Só que a responsabilidade pela criação desses regulamentos deve-se exclusivamente aos clubes que, quando atingidos pelos mesmos, protestam em tons completamente desabridos.

Daí ser exigível um maior grau de responsabilidade àqueles que enviam às assembleias gerais onde os esses documentos são aprovados figuras de segunda e terceira escolhas, quando esse protagonismo deveria ser assumido pela principais figuras dos clubes.

Também o comportamento dos adeptos de muitos clubes têm enormes culpas no cartório, sendo de repudiar as atitudes assumidas em determinados desafios e tidas como falsamente destinadas a apoiar as equipas da sua simpatia.

Porque quando as claques extravasam para além daquilo que seria normal, as tesourarias dos clubes que apoiam é que sofrem as consequências.

É tempo de o futebol português sair do buraco em que se meteu há muitos anos.

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