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Filipe Santos
Opinião de Filipe Santos
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Opinião Católica-Lisbon

A expansão da Católica e o papel do financiamento privado

04 mar, 2024 • Filipe Santos • Opinião de Filipe Santos


Dado ser uma Universidade pública não estatal que já formou mais de 60 mil graduados sem qualquer financiamento do orçamento do estado, o apoio dos cidadãos e das empresas a este projeto da Católica é fundamental.

A Universidade Católica Portuguesa tem em marcha um ambicioso projeto de crescimento das suas atividades em Lisboa, o qual envolve a construção de dois novos edifícios num investimento de 120 milhões de euros. O principal edifício vai alojar a CATÓLICA-LISBON e permitir o crescimento em 2027 daquela que é já a 22ª melhor escola de negócios Europeia e uma das escolas de topo a nível mundial. Dado ser uma Universidade pública não estatal que já formou mais de 60 mil graduados sem qualquer financiamento do orçamento do estado, o apoio dos cidadãos e das empresas a este projeto da Católica é fundamental.

Assim, no dia 1 de março a CATÓLICA-LISBON marcou o início da fase pública da sua campanha de financiamento com um grande evento no Páteo da Galé em Lisboa que juntou mais de 300 convidados. Nesse evento foi lançado o site www.givetocatolicalisbon.com e apresentadas mesas interativas em que os antigos alunos e amigos da Católica podem ver as plantas de arquitetura do novo campus e reservar os espaços que gostariam de apoiar. A fase pública desta campanha é lançada numa altura em que há já compromissos de mais de 30 milhões de euros para apoiar a UCP neste projeto, o que a torna a mais bem sucedida campanha de financiamento para o ensino superior em Portugal e aquela que já garantiu as maiores doações de sempre.

E porque é importante apoiar a Católica no seu desenvolvimento? Porque é uma universidade singular no seu pioneirismo em Portugal e na sua projeção internacional. Foi a primeira a lançar o ensino da Gestão em Portugal em 1972, a primeira a lançar uma escola de biotecnologia no Porto e agora a primeira a lançar uma faculdade de medicina não estatal, quebrando um status quo de décadas.

No âmbito da gestão, a CATÓLICA-LISBON foi a primeira Escola em Portugal a lançar a formação executiva nos anos 90, foi a pioneira na década de 2010 no modelo de mestrados executivos e foi a primeira a inovar já nesta década com o modelo de licenciaturas executivas, lançando uma oferta em gestão comercial para profissionais do retalho. Foi também a primeira Escola Portuguesa a estar presente nos rankings internacionais e a primeira a receber a tripla acreditação em 2007, colocando-a entre a 1% melhores escolas do mundo. É a melhor Escola em Portugal na investigação em Gestão com professores de renome mundial, dos quais 40% são internacionais. E, hoje em dia, 70% dos seus mais de 1000 alunos de mestrados são internacionais.

A Católica pelo seu estatuto não estatal, pela sua necessidade de estar próxima de mercado e de promover a empregabilidade das suas formações, tem estado sempre na linha da frente da inovação e da qualidade pedagógica e científica. E isto tem permitido afirmar-se como uma das universidades mais internacionais em Portugal, atraindo cada vez mais professores e alunos de todo o mundo. E os seus antigos alunos distinguem-se de múltiplas formas, pelo seu sucesso empresarial e na sociedade, sendo também os mais empreendedores do país.

Por tudo isto, é importante apoiar a Universidade Católica e a CATÓLICA-LISBON neste projeto de expansão. Na campanha da CATÓLICA-LISBON agora anunciada, é possível apoiar não só o desenvolvimento do novo campus mas também a inovação e conhecimento da Escola, bem como bolsas a alunos de mérito que permitam continuar a atrair talento de nível mundial. Lisboa tem potencial para ser um hub Europeu na atração de alunos internacionais para os seus estudos superiores e esta expansão vai permitir duplicar a capacidade da CATÓLICA-LISBON e aumentar também a capacidade das outras Escolas da Universidade Católica em Lisboa, criando um polo universitário de excecional qualidade.

Em outros países, em particular anglo-saxónicos, a filantropia está muito desenvolvida e permite desenvolver a educação, ciência e cultura, criando instituições líderes mundiais. Em Portugal temos poucos exemplos de filantropia em grande escala mas são marcantes.

A Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação Champalimaud são hoje instituições de nível mundial graças a ações filantrópicas visionárias dos seus instituidores. A Fundação Francisco Manuel dos Santos tem prestado um serviço fundamental no acesso à informação por parte dos cidadãos. Outras Fundações privadas ou de origem empresarial têm-se afirmado pela qualidade e impacto da suas atividades e pelo trabalho aprofundado em temas fundamentais para a sociedade Portuguesa.

A sociedade portuguesa precisa de mais filantropia para robustecer as suas instituições educativas, científicas e culturais e também para investir no setor social em Portugal que desempenha um papel essencial na inclusão e promoção do bem estar das populações. A filantropia ativa permite canalizar financiamento para as entidades e projetos mais meritórios, mais bem geridos e com maior potencial de crescimento e impacto, dinamizando assim a sociedade portuguesa. Numa época eleitoral em que se fala tanto do Papel do Estado e do que os vários candidatos a governantes querem fazer e querem dar, vale a pena ter consciência de que um país se desenvolve pela qualidade da sua educação, pela dinâmica da sua sociedade civil e pelas instituições de qualidade que é capaz de criar.


Filipe Santos, Dean da Católica Lisbon School of Business & Economics

Este espaço de opinião é uma colaboração entre a Renascença e a Católica-Lisbon School of Business and Economics

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