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José Luís Ramos Pinheiro
Opinião de José Luís Ramos Pinheiro
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Terrorismo digital

06 jan, 2022 • Opinião de José Luís Ramos Pinheiro


O ataque aos meios de comunicação do grupo Impresa é um "ataque a todos nós" e um "ataque à liberdade".

Os ataques digitais traduzem novas formas de terrorismo. Digitais, mas terroristas. Não são claros todos os interesses envolvidos. Nem todos os interessados. Nem a escala que estas situações têm ou podem vir a ter.

Mas um ataque digital como aquele que vitimou os sites da Impresa no início do ano, é um ataque a todos nós - meios de comunicação social, empresas, instituições e cidadãos.

Trata-se da liberdade de informar e de manter a sociedade informada, através dos meios digitais. Mas trata-se também de um ataque à liberdade, globalmente entendida.

Se os dados pessoais ou de qualquer outra natureza forem comprometidos por ataques anónimos e cobardes é a liberdade - de todos e com todas as suas valências - que é posta em causa.

A liberdade implica transparência. O crime vive da opacidade. Por isso, também neste domínio, é indispensável favorecer a transparência e a identificação - dos cidadãos e da multiplicidade de entidades que convivem na esfera digital.

Maus exemplos não faltam. Os perfis falsos, ao abrigo dos quais se intoxica e ofende com toda ‘a valentia’, deviam ser banidos. As manipulações digitais globais, como tem sucedido em eleições em diversos países, devem ser ativamente prevenidas e combatidas.

A globalização digital, como qualquer outra realidade humana, tem que ser governada. Tal não implica reduzir a liberdade. Trata-se, isso sim, de tomar medidas que a garantam.

Sem governação da globalização, a liberdade - a liberdade de todos nós - fica à mercê das mãos sinistras de um inimigo opaco e sem rosto. Não há pior.

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