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“É economicamente aceitável” que se gaste dinheiro na vacinação de adultos

Joao Duque

“É economicamente aceitável” que se gaste dinheiro na vacinação de adultos

23 mai, 2024 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos


O economista João Duque comenta o estudo, divulgado pela Renascença, que dá conta de que a despesa com doenças que podem ser prevenidas com a vacinação de adultos tem um impacto estimado de 245 milhões de euros no nosso país.

O comentador da Renascença João Duque admite haver em Portugal um déficit de prevenção de doenças, que podem ser prevenidas através da vacinação e que a ausência dessa prevenção tem impactos económicos significativos.

O comentário de Duque surge na sequência da notícia da Renascença que dá conta do estudo que conclui que doenças preveníveis por vacinação na idade adulta custam 245 milhões por ano.

“Este valor, pode pôr-se em causa, naturalmente”, diz o economista, mas mesmo não sendo possível quantificar com certeza o que é que isto representa para o SNS, João Duque admite que reafetar esse dinheiro para vacinas gratuitas pode ser uma boa solução.

“Se nós percebermos que o Estado tem uma despesa acrescida por não vacinar nesta ordem de grandeza, então deveria ser possível, é razoável, é economicamente aceitável, que gaste este valor, ou pelo menos uma parte significativa dele, na vacinação e, portanto, na compra das vacinas”, defende.

No seu espaço de comentário na Renascença, referindo-se ao estudo divulgado esta quinta-feira, João Duque explica que “o que se faz neste tipo de estudos é: criar parâmetros em Portugal ou usar parâmetros que são usados noutros países, porque nós podemos comparar populações que, ao mesmo tempo, têm características semelhantes em termos de condições económicas, de salubridade, etc., e ver qual a diferença entre uma população que está vacinada e uma que não está vacinada, em termos de ida às urgências e estabelecimentos hospitalares, prolongamento de doenças, novas doenças, etc.”.

“Comparando as populações, podemos aproximar um valor que nos pode servir de base para uma estimativa, como podemos também fazer a evolução ao longo do tempo da mesma população que passa de um estado de não vacinação, a vacinação, e comparar este efeito e/ou, então, cruzar os dois efeitos e, portanto, nós podemos tentar melhorar aquilo que é a estimativa do impacto económico e naquilo que é o efeito de uma determinada ausência ou ação de vacinação, neste caso”, acrescenta.

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