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Caso Galamba

​Chefe de gabinete de Galamba contradiz ministro sobre intervenção do SIS

18 mai, 2023 - 08:42 • Redação

Eugénia Cabaço assume responsabilidade pelos contactos com as Secretas sem contacto prévio com o ministro.

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A chefe de gabinete de João Galamba contradiz o próprio ministro sobre a chamada do SIS no caso da recuperação de uma computador do ministério das infarestruturas.

Numa longa audição parlamentar, esta quarta-feira, Eugénia Correia Cabaço assumiu responsabilidade pelos contactos com as Secretas sem contacto prévio com João Galamba, versão que contraria a já avançada pelo próprio ministro que havia assumido a responsabilidade do processo que desencadeou tudo.

Na última noite, Eugénia Correia Cabaço garantiu que o contacto com as secretas foi feito sem conhecimento prévio do ministro das infraestruturas.

O objetivo,diz, era recuperar todos os documentos relevantes do dossier TAP.

"Depois de ter efetuado...pedido uma chamada para o SIRP, sim, recebi uma chamada do SIS. Reportei que tinha sido levado do Ministério das Infraestruturas um computador onde estavam incluídos documentos classificados, bem como todos os documentos relevantes referentes à TAP dos últimos anos", afirmou Eugénia Correia Cabaço.

Nesta audição parlamentar, a chefe de gabinete de João Galamba garantiu nunca ter intenção de esconder as notas do agora ex-adjunto do ministro.

Antes, também no Parlamento, Frederico Pinheiro afirmou que o ministério pretendia impedir que chegasem ao Parlamento as suas notas sobre os encontros entre deputados socialistas e a então CEO da TAP. O ex-adjunto recordou o que está em causa.

"O que as notas que eu tenho da reunião de 17 de janeiro, que envolveu o grupo parlamentar do PS, demonstram que o deputado Carlos Pereira indicou as perguntas que pretendia efetuar na reunião, a senhora CEO indicou as respostas que daria àquelas perguntas e eu próprio recordei à CEO da TAP as indicações que lhe tinham sido transmitidas na reunião do dia anterior sobre a estratégia comunicacional", disse Frederico Pinheiro.

Ao todo, foram 12 horas de audição parlamentar, onde o ex-adjunto de Galamba acusou ainda o ministro de o ter ameaçado com violência física. Da audição há ainda uma troca de acusações sobre agressões mútuas entre elementos do gabinete e Frederico Pinheiro.

A Renascença tentou confirmar junto do Ministério Público se as declarações feitas ontem no âmbito desta comissão motivaram algum novo inquérito, mas apenas recebeu como resposta a confirmação da "existência de um inquérito" que, como já era "do domínio público", tem por objeto "os factos ocorridos no Ministério das Infraestruturas e aqueles que com os mesmos se encontrem relacionados". O Ministério Público adianta, na mesma resposta, que o inquérito está a ser dirigido pelo DIAP Regional de Lisboa e se encontra "em segredo de justiça".

Para o final da tarde desta quinta-feira está agendada a audição de João Galamba.

[notícia atualizada às 10h37 de 18 de maio de 2023]

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  • ANA PAULA ALMEIDA
    18 mai, 2023 PORTO 12:48
    O que esta acontecer é uma vergonha sem limites. Consegue ser pior do que o Big Brother.
  • Joao
    18 mai, 2023 Coimbra 12:31
    Este Galambas parece o Professor Paulo Coelho da Universidade de Coimbra, faz porcaria, a seguir ameaça tudo e todos por telefone, depois mete as culpas na PSP, tem que ser a PJ repor a verdade, e por fim o Ministério da Justiça fazer pressão nos tribunais para abafar e geringonçar a porcaria que fez, ou mandou fazer.
  • Americo
    18 mai, 2023 Leiria 08:53
    Bom dia. António Costa ainda é primeiro-ministro? Ainda lhe resta alguma dignidade politica ? Isto é o retrato dos seus governos ?

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