30 set, 2020 • Miguel Coelho , Cristina Nascimento
O comentador da Renascença Jacinto Lucas Pires considera que o tom do debate presidencial da última noite, nos Estados Unidos, foi uma estratégia de Donald Trump, mas que foi também o ainda presidente quem mais perdeu.
“Foi a estratégia de Trump criar o caos, uma espécie de terrorismo verbal, falar por cima de Biden”, diz Lucas Pires, acrescentado que “Biden tentou a única coisa possível que era, de vez em quando, falar para a frente, para a câmara, falar diretamente para as pessoas e tentar ignora aquele presidente verbalmente terrorista”.
Jacinto Lucas Pires considera, no entanto, que foi Trump quem saiu mais prejudicado. “Trump era quem precisava mais de ganhar e nesse sentido foi quem perdeu mais.”
Já Henrique Raposo afirma que o mais grave do debate foi “o piscar de olho de Trump” aos grupos de extrema direita.
Considera que há possibilidade real de se assistir a “uma espécie de terrorismo branco”, ou seja, “grupos de extrema direita que estão armados até aos dentes e que viram no primeiro debate presidencial o senhor que está na Casa Branca a piscar-lhes o olho”.
Do outro lado da barricada, diz Raposo, está “a extrema esquerda que está a fazer imenso tumultos em varias cidades a reboque da causa justa do antirracismo, também armada até aos dentes”.
“Há um barril de pólvora gigantesco que se o Trump perder e não reconhecer no próprio dia ou no dia a seguir a derrota vamos entrar num território sem mapa onde a violência está em roda livre”, remata.
Presidenciais EUA
No primeiro frente a frente entre o Presidente rep(...)
Os comentadores da Renascença falaram ainda sobre as presidenciais portuguesas e a tomada de posição de Augusto Santos Silva sobre o apoio ou não do PS à candidata Ana Gomes.
Jacinto Lucas Pires aplaude a disponibilidade de Ana Gomes para estar nesta corrida e diz que a mera existência desta candidata pôs “o PS a pensar e a ter de fazer escolhas claras”.
Já Henrique Raposo diz que “este centrão – PS, PSD, Marcelo, Costa – é péssimo para a democracia, porque cria um centrão, com toda a carga negativa que isso implica, que alimenta os extremos”.