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Histórias do Europeu
A Renascença conta-lhe as glórias e as desventuras dos Campeonatos da Europa de futebol, uma história que tem início em 1960 e que se estende até aos dias de hoje. E há de tudo: lendas, vitórias épicas, derrotas inesperadas, golos especiais e episódios memoráveis. “Histórias do Europeu” é um programa para ouvir de segunda a sexta, ao meio-dia e às oito da noite, na Renascença e, sempre que quiser, em podcast.
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Franco ep 12

"Histórias do Europeu"

Franco não deixou a Espanha jogar na URSS e os espanhóis ficaram sem Euro: o episódio 12 do “Histórias do Europeu”

29 mai, 2024 • Luís Aresta


Neste 12.º episódio, Luís Aresta fala-se sobre a inusitada história da Itália no Euro 1968. A Renascença conta-lhe as glórias e as desventuras dos Campeonatos da Europa de futebol. De 1960 aos dias de hoje… há de tudo: lendas, vitórias épicas, derrotas inesperadas, golos especiais e episódios memoráveis!

Entramos na máquina do tempo até 1960.

Estamos na presença do primeiro Campeonato da Europa, o primeiro dos primeiros, e o sorteio dos quartos de final dita um União Soviética-Espanha.

A primeira mão da eliminatória, em Moscovo, seria decidida no gabinete do generalíssimo Franco, em Madrid, porque duas décadas antes o ditador espanhol decretara o corte de relações com a URSS.

Devido ao apoio soviético às forças comunistas na guerra civil de Espanha, Franco proíbe qualquer contacto entre cidadãos espanhóis e soviéticos. E também não permite viagens aos países de Leste.

Confrontados com um União Soviética-Espanha para o Campeonato da Europa, os dirigentes da Real Federação Espanhola de Futebol não sabem o que fazer. A decisão está nas mãos de Franco. E o ditador espanhol não cede: a Espanha retira-se do Europeu. É a União Soviética que segue em frente por falta de comparência do adversário e acabaria por ser a primeira campeã europeia da história.

Mas esta lengalenga não acaba aqui.

Quatro anos depois, cabe aos espanhóis organizar o Campeonato da Europa em que a União Soviética defende o título. A UEFA é obrigada a negociar com Madrid vistos especiais para que a comitiva soviética possa viajar até Espanha e defrontar a Dinamarca em Barcelona. Os campeões europeus goleiam os dinamarqueses, por 3-0, e avançam para a final. Contra quem? A Espanha, que eliminara a Hungria.

Franco opõe-se frontalmente a que o jogo se realize. É o ministro José Solís que acaba por convencer o ditador espanhol a autorizar a final como se se tratasse de uma batalha contra os “vermelhos” do leste. Autorizada a realização da final, o estádio Santiago Bernabéu acolhe a decisão a 21 de junho de 1964.

Nesse dia a Espanha bate a União Soviética por 2-1 e sagra-se pela primeira vez campeão da Europa.

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