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Opinião de Henrique Raposo

“É imoral, é indecente ameaçar processar judicialmente os diretores de escolas"

03 fev, 2023 • Redação • Opinião de Henrique Raposo


Raposo estabelece um paralelo: “Se aplicássemos isto à medicina e aos médicos, é como se numa greve de médicos não tivéssemos médicos nas urgências.”

Henrique Raposo considera que “é imoral, é indecente, ameaçar processar judicialmente os diretores de escolas que pedem os serviços mínimos”.

É assim que o comentador da Renascença reage à ameaça de Mário Nogueira, líder da Fenprof.

Raposo estabelece um paralelo: “Se aplicássemos isto à medicina e aos médicos, é como se numa greve de médicos não tivéssemos médicos nas urgências.”

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) anunciou na quinta-feira que vai apresentar queixa no Ministério Público contra diretores escolares que "estão a querer impor serviços mínimos a reuniões sindicais".

Os serviços mínimos nas escolas começaram na quarta-feira, impostos à greve convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP) e, segundo Mário Nogueira, haverá "alguns diretores estão a querer impor serviços mínimos às reuniões sindicais".

Questionado sobre se entende que legalmente este pode ser um caso de abuso à lei da greve, Henrique Raaposo retorquiu: “Abusos? Quais? Os serviços mínimos são decretados para dois tipos de alunos, os miúdos muito pobres que se a escola está fechada andam ao deus dará, não comem, e ficam ainda mais atrasados na escola. E há ainda os que têm Necessidade Educativas Especiais, que têm dislexia, défice de atenção, hiperatividade, autismo. Os serviços mínimos são para estas crianças”, argumenta. E logo de seguida questiona: “Se a escola pública não é capaz de proteger estas crianças, serve para quê?”

Raposo diz que estas crianças que estão agora na escola “foram as que mais foram afetadas pela pandemia, e pelo erro histórico que foi fechar as escolas dois ou três anos”.

Considera também que “estes miúdos têm um atraso brutal que vai ser muito difícil de recuperar”.

E, por isso, lamenta o absurdo de no “primeiro ano normal, depois de três caóticos”, ter “este caos nas escolas”. “O que se pede é o mínimo dos mínimos”, explica.

O comentador da Renascença considera ainda que, neste caso, não se pode falar inépcia do Governo.

“Quem está a crispar e a levar as coisas ao extremo é o Mário Nogueira, que está a fazer há 30 anos a mesma coisa. O que é dramático, nesta ameaça, é que ele está a ameaçar outros professores. Os diretores de escola são outros professores”, defende.

Por fim, Raposo lançou um ataque direto ao líder da Fenprof. “O dr. Mário Nogueira, que não dá aulas há 30 ou 40 anos, está a ameaçá-los”, atira.

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