21 out, 2024 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
O comentador da Renascença Henrique Raposo considera que a Europa não está a lidar da melhor forma com o fenómeno.
Num comentário à reportagem da Renascença que mostra que só este ano 32.800 migrantes entraram nas Canárias, Raposo sublinha que “a Europa não está a olhar para as causas” das migrações, o que constitui uma "tremenda falta de solidariedade europeia”.
“É preciso perceber de onde é que as pessoas estão a fugir e por quê. Naquela região, abaixo do Saara, que tem uma ligação óbvia para as Canárias, Mali, Chad, Burkina Faso, Camarões e Nigéria, 2023 foi o pior ano em termos de terrorismo islâmico e de radicalismo islâmico, que está a crescer imenso naquela área, o que leva, obviamente, as pessoas a fugir para o norte”, aponta.
Raposo entende que este é “um problema difícil de resolver” e que “é quase impossível ter uma solução 100% limpa e boa”.
No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, o comentador assinala ainda que “muitas vezes, o debate político, intelectual e imediato está sempre dominado por dois extremos: um extrema-esquerda, outro extrema-direita, que têm soluções fáceis. Um é fecha tudo, o outro é abre tudo, sem fazer perguntas, sem percebermos onde é que as pessoas vão morar, onde é que vão trabalhar e por aí fora”.
Por fim, Raposo considera que “o que se está a passar nas Canárias é um pouco inaceitável, porque as Canárias recebem as pessoas e depois ficam dependentes da bondade ou da vontade das outras regiões de Espanha para acolher as pessoas, até menores”.